Hoje o assunto é polêmico, inovador e, principalmente, muito promissor. Eu sempre falo para vocês sobre a importância de cuidar da saúde intestinal, de como as nossas fezes podem dizer muito sobre a nossa saúde e a necessidade de cultivar as boas bactérias em nosso intestino por meio de uma alimentação saudável. Vocês já sabem de tudo isso. O que talvez seja novidade é que a ciência e a medicina têm estudado o transplante de microbiota fecal como alternativa para o tratamento de diversas condições.
Realizado pela primeira vez no Brasil em 2014 para tratar um quadro de colite, o procedimento consiste em transferir micro-organismos de um doador saudável para um paciente doente por meio das fezes. Costuma ser feito via colonoscopia ou mesmo administrando as fezes diluídas por meio de uma sonda nasogástrica, visando restabelecer o equilíbrio da microbiota intestinal do paciente. E quais são as indicações até o momento?
O que sabemos até o momento, de acordo com os estudos, é que ele tem se mostrado eficaz contra a infecção da bactéria Clostridium difficile, além de estar se tornando uma promissora alternativa no tratamento da doença de Crohn, síndrome do intestino irritável (SII) e até mesmo obesidade.
Agora, pesquisadores holandeses descobriram que o transplante fecal aumenta a tolerância do sistema imune e interrompe o declínio na produção endógena de insulina em pacientes recém diagnosticados com diabetes tipo 1.
E não é só isso, é possível encontrar estudos sobre a técnica para o tratamento de depressão, Alzheimer e até hepatite não alcoólica. Li esses dias que pesquisadores de Harvard, inclusive, estão propondo a criação de banco de fezes humanas pois acreditam no seu potencial para uma série de doenças.
Quis compartilhar isso com vocês por dois motivos:
1- para que vejam como a ciência evolui e nos dá esperanças de um mundo com menos doenças
2- para que compreendam também a importância de cuidar da saúde intestinal. As boas bactérias que vivem em seu intestino são fundamentais para a sua saúde. Cuide bem delas!rs
Ref: doi: 10.1136/gutjnl-2020-322630