Vocês se recordam que há algum tempo fiz um post sobre o Alzheimer ser um tipo de “diabetes que ocorre no cérebro”, sendo chamado de “diabetes tipo 3”? Bem, a ciência nos trouxe mais uma evidência de que o açúcar pode ser perigoso para a saúde cerebral. Mais especificamente a frutose, um açúcar monossacarídeo que é produzido pelo organismo, é encontrado em frutas e alguns vegetais, mas também (e principalmente) é consumido pela ingestão de produtos ultraprocessados – refrigerantes, sucos industrializados e boa parte das bebidas alcoólicas!
Um estudo, publicado em março deste ano no The American Journal of Clinical Nutrition, concluiu que a frutose está associada a um mecanismo que nos foi muito útil para a sobrevivência conforme evoluíamos: o de suprimir temporariamente algumas funções, como a atenção ao tempo e memórias recentes (aumentando nosso foco na caça), além de aumentar o fluxo sanguíneo cerebral em áreas relacionadas à sensação de recompensa alimentar (estimulando a caça) e de reduzir nas áreas associadas ao autocontrole. Ocorre que nos tempos modernos, não precisamos mais caçar, somos mais sedentários e consumimos o tempo todo a frutose sintetizada e artificialmente inserida nos alimentos ultraprocessados. Isso pode levar à inflamação cerebral e, consequentemente, ao Alzheimer.
Então, você deveria parar de comer frutas? Não! Afinal, as frutas in natura são saudáveis e possuem fibras, que diminuem a absorção da frutose. Consumidas com sabedoria e moderação, não haverá problema. No entanto, o mesmo não se pode dizer dos produtos ultraprocessados, já que na forma de xarope de milho (combinação de glicose e frutose) ocorre aumento da absorção de frutose pelo intestino.
Por isso, se você quer prevenir o Alzheimer – e muitas outras doenças, como diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares e até mesmo câncer, ressignifique a sua alimentação e, em especial, evite todas as bebidas industrializadas, que, em sua maioria, são adoçadas com frutose!
Ref.:doi.org/10.1016/j.ajcnut.2023.01.0