Sábado, dia oficial de compartilhar nas redes sociais fotos de momentos de lazer e descontração. A perspectiva de socializar experiências instantaneamente, em um (ou alguns) “clicks”, tornou-se algo orgânico, fazemos isso muitas vezes como tomar água, conversar, caminhar. O celular tornou-se uma extensão de nós e, com isso, uma ferramenta propulsora para disseminarmos aqueles que consideramos bons momentos.
Quantos de vocês já acordaram numa manhã como a de hoje e a primeira coisa que fizeram foi olhar o celular e verificar as atualizações da timeline. Em alguns momentos vem aquela sensação que o mundo girou tão rápido enquanto você dormia que acordou em outra era! Você começa então a olhar as fotos de perfis e eles mostram cenários (aos seus olhos) incríveis. São praias, montanhas, jantares, shows, festas… bombardeado pelos próprios olhos, sua mente vagueia e de repente, você olha para si mesmo e se pergunta: porque os outros são felizes. “óh céus, oh vida!! Você compara, você lamenta…você INVEJA. Sim, aqui estamos nós, desbravando mais um dos “7 pecados capitais” – tema que temos percorrido ao longo desta semana.
Se este é teu caso, fique tranquilo. Em tempo de facebook, instagram e tantos outros meios de conexão entre pessoas – você não está sozinho. Pesquisadores identificaram que quanto mais tempo as pessoas passam no Facebook – por exemplo – tendiam a ter mais sintomas de depressão, baixa estimas, além de serem ciumentas, conforme constatou estudo do Journal of Social and Clinical Psychology.
De acordo com a psicanalista lacaniana – Flávia Albuquerque o “invejoso está sempre situado em outro lugar que não o dele. Cobiçando algo e/ou a posição do outro em detrimento de produzir algo próprio, singular! Assim, tende a fazer mau uso do que já possui e do lugar que ocupa na vida. Um verdadeiro atraso”.
A inveja corrói por dentro. Assim como a ira, ela é nociva especialmente ao seu portador. O invejoso está sempre infeliz com sua vida. Sua grama é sempre a menos verde. Seu céu um constante cinza.
Mas, será que o que vemos representa a realidade?! Pode ser que sim, porém, muitas vezes o que aquela cena aparenta não é realmente o que ela é! Quando as câmeras digitais se abaixam, o casal feliz da foto em uma ilha paradisíaca, retoma sua monótona rotina de silêncio e distanciamento. O jovem bonito e sorridente, dá lugar a um rapaz assustado, ferido, sozinho.
Para a inveja, a cura é #gratidão. Quando aprendemos a sermos gratos pela vida, pelo que somos, pelo que temos, a alegria do outro não nos causa desconforto, pelo contrário. Nós verdadeiramente compartilhamos dela. E, pode esquecer a tal “inveja branca” – inveja é o que o nome diz. Aprender a reconhecer nossos talentos e nossas fragilidades é um processo que leva a uma maturidade mental e espiritual. Quando estamos em paz com o universo, ficamos bem conosco e com aqueles que transitam ao nosso redor.
Em lugar de invejar, que tal meditar, orar pelo outro?!Comece a exercitar estas atitudes – afinal, só modificando nossa maneira de agir, conseguiremos alcançar resultados diferentes. Sejamos gratos!
Referência
http://guilfordjournals.com/do