Será que ejacular com frequência reduz o risco de câncer de próstata? É isso que uma recente revisão de estudos buscou decifrar ao analisar as pesquisas sobre o tema realizadas nos últimos 33 anos. O artigo, publicado na edição de junho do Clinical Genitourinary Cancer, concluiu que de 11 estudos, sete revelaram algum benefício da frequência da ejaculação no risco de câncer de próstata – uma das principais preocupações para os homens em todo o mundo.
Em 2016, uma pesquisa descobriu que homens que ejaculavam 21 vezes ou mais por mês apresentavam risco 31% menor de câncer de próstata em comparação àqueles que o faziam de quatro a sete vezes por mês. Já um estudo australiano de 2003 concluiu que havia 36% menos chance de ocorrer o diagnóstico de câncer de próstata antes dos 70 anos em homens que ejaculavam, em média, de cinco a sete vezes por semana, em comparação com os que ejaculavam menos de duas a três vezes.
Mas por que isso ocorre? Embora os mecanismos exatos não sejam totalmente compreendidos, há algumas teorias. A ejaculação frequente pode ajudar a limpar a próstata de toxinas e estruturas cristalinas que podem levar ao desenvolvimento de tumores. Além disso, a atividade pode alterar a resposta imunológica na próstata, reduzindo a inflamação, um fator de risco conhecido para o câncer.
No entanto, é importante notar que a frequência da ejaculação pode ter efeitos diferentes em diferentes faixas etárias. Além disso, embora a relação entre a frequência da ejaculação e o câncer de próstata ainda precise ser mais bem compreendida, há evidências de que a atividade sexual pode trazer benefícios para a saúde masculina, incluindo melhorias no coração, no sistema imunológico, no sono e no humor.
Portanto, enquanto continuamos a pesquisar, é seguro dizer que a atividade sexual saudável (ou seja, nada de apologia à pornografia, mas sim o sexo seguro e consentido) e a ejaculação frequente fazem parte de um estilo de vida equilibrado e podem ter um papel importante na prevenção do câncer de próstata.
Refs: DOI 10.1016/j.clgc.2024.01.015 / 10.1016/j.eururo.2016.03.027 / 10.1046/j.1464-410X.2003.04319.x