Doenças autoimunes podem ser curadas?

Atualmente, a maioria das terapias disponíveis para tratar doenças autoimunes suprime a resposta imunológica como um todo. Embora isso possa aliviar os sintomas, também aumenta o risco de infecções e até mesmo câncer.

Porém, a ciência tem evoluído e após décadas de tentativas infrutíferas, os pesquisadores podem estar próximos de desenvolver novas terapias para restaurar a “tolerância imunológica” (capacidade do sistema imunológico de reconhecer e atacar adequadamente os agentes estranhos enquanto ignora os próprios tecidos do corpo) em condições autoimunes como lúpus, diabetes tipo 1 e esclerose múltipla.

Uma estratégia baseada em células imunológicas modificadas, por exemplo, foi aplicada com sucesso no tratamento de 15 pessoas com lúpus e outras doenças autoimunes. Um participante permanece assintomático há mais de dois anos e meio. Nanopartículas para modificar células imunológicas, engenharia de células T regulatórias, antígenos e métodos para seletivamente eliminar as células problemáticas ou introduzir células imunossupressoras que visam especificamente essas células são algumas das novas terapêuticas que vêm sendo estudadas.

Enquanto esses tratamentos não são desenvolvidos, vale lembrar da relação entre o intestino e as doenças autoimunes. O “leaky gut” ou intestino permeável é uma condição na qual a barreira intestinal torna-se mais permeável do que o normal, permitindo a passagem de toxinas, bactérias e partículas não digeridas para a corrente sanguínea. Isso pode desencadear uma resposta imune inflamatória, contribuindo para o desenvolvimento de doenças autoimunes. Estudos sugerem que o leaky gut está associado a condições como doença celíaca, doença de Crohn, artrite reumatoide, esclerose múltipla, entre outras.

O desequilíbrio na microbiota intestinal, conhecido como disbiose, também pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento do “leaky gut” e das doenças autoimunes. Por isso, é importante ter uma alimentação baseada em comida de verdade e livre de ultraprocessados e alimentos pró-inflamatórios, como o glúten e o leite podem ser para muitas pessoas.