Você já deve ter ouvido falar que o banho gelado faz bem para a saúde. O que você talvez não saiba é que as baxíssimas temperaturas podem ter tanto potencial terapêutico que, inclusive, têm sido utilizadas por meio da “crioterapia”.
Trata-se de um conjunto de procedimentos e técnicas que usam o frio na forma líquida, sólida ou gasosa para remover o calor corporal, diminuindo a temperatura dos tecidos – muito utilizada no ambiente esportivo para a recuperação muscular e de articulações, devido aos seus efeitos anti-inflamatórios e analgésicos.
Ao ter contato por alguns minutos com as baixíssimas temperaturas, o cérebro ativa uma reação estimulante (algo similar a uma resposta de “luta ou fuga”), melhorando a circulação sanguínea, contribuindo com a renovação das células (em especial, das imunológicas), aumentando a energia do corpo e até mesmo ajudando a melhorar o humor. Ocorre também o aumento de um processo chamado browning, que transforma a gordura branca (inflamatória) em gordura marrom (saudável). Além disso, a crioterapia melhora a função das mitocôndrias, possibilitando melhor oxidação de gorduras.
Há alguns equipamentos que permitem a realização da crioterapia, como a banheira de água e gelo (mais comum) e também, para quem me acompanha nos stories já deve ter visto, uma cápsula que libera nitrogênio líquido a menos 170° por 3 minutos, permitindo a realização da chamada “crioterapia de corpo inteiro”. Alguns estudos sugerem que essa crioterapia pode ajudar contra as dores da fibromialgia e da osteoartrite, na melhora de qualidade de vida de quem sofre com dor crônica, esclerose múltipla e depressão e na promoção da recuperação muscular após exercícios.
Refs: doi: 10.1016/j.ctim.2017.10.011; doi: 10.5114/reum.2016.64904; 10.2147/OAJSM.S41655; 10.3389/fpsyt.2020.00522; 10.3390/jcm9092797 e 10.17219/acem/104529