Publicado em 21/11/16
Para entender a importância de uma boa noite de sono, temos que saber quais são as quatro fases que passamos no momento em que fechamos os olhos e começamos não só a desacelerar nossas funções, como também a produzir diversos hormônios benéficos ao corpo. O sono ocorre tipicamente em ciclos que variam desde 90 para 120 minutos de duração, com 4-5 ciclos que ocorrem durante o sono cada noite. Na primeira metade da noite, há uma transição da vigília para o estágio de sono N1, em seguida, para N2 e N3. Os estágios N2 e N3 reaparecem na sequencia, seguidos pela primeira instância do sono REM. Ciclos de N2 e do sono REM alternam entre si para a segunda metade da noite.
A primeira fase é aquela que corresponde cerca de 10% da noite, e pode ser caracterizada como transição da fase de vigília e o sono (que pode muitas vezes nos deixar irritados, se não sairmos desse estágio). A parte benéfica é que, no momento em que cerramos nossos olhos, a melatonina começa a ser liberada, causando maior sonolência. Então, passar para a segunda fase pode ser um pouco mais fácil, se conseguirmos relaxar nossa mente e corpo. Já o segundo estágio, que corresponde a 45% da noite, é responsável pelo o que chamamos de “sono de profundidade intermediária” e é onde ocorre a diminuição dos ritmos cardíacos e respiratórios, bem como o relaxamento dos músculos e a diminuição da temperatura. Esse sono leve, atualmente acomete 55% das pessoas.
O sono REM é diferente de qualquer das outras fases do sono. Foi descrita pela primeira vez 1953 quando os pesquisadores do sono notado um padrão único de ondas cerebrais (sinais gravados em um eletroencefalograma – EEG, um tipo de teste que mede os impulsos elétricos no cérebro). Essas ondas cerebrais apresentam uma frequência rápida e baixa tensão, semelhante às ondas cerebrais vistas no estado normal, acordado. Outras características do sono REM incluem inatividade completa dos músculos voluntários do corpo, com exceção dos músculos que controlam os movimentos dos olhos. Movimentos oculares rápidos também são observados durante o sono REM. As pessoas que estão despertas durante o sono REM frequentemente relatam que eles estavam sonhando no momento. Sobre 20% para 25% do tempo de sono é o sono REM; em lactentes pode compreendem cerca 40%.É importante saber que o sono REM tem sido tradicionalmente considerado a ser dividido em 4 estágios. Contudo, novas orientações da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) publicada em 2007 têm caracterizado o sono REM como ocorrendo em 3 estágios, de acordo com o padrão de atividade elétrica do cérebro: Estágio do sono N1, ou a transição da vigília para o sono mais profundo. Esta é a fase do sono leve, e as pessoas nem sempre percebem que estão dormindo. Estágio Sono N2 é um estado de sono verdadeiro, e contas de 40% para 50% do tempo de sono. Estágio Sono N3 tem sido chamado o sono profundo, sono delta, ou sono de ondas lentas. Esta etapa corresponde a cerca de 20% de sono em adultos jovens. A fase “REM” (sigla para Movimento Rápido dos Olhos) é a mais adequada, porém a menos alcançada. É nela que conseguimos nos restaurar totalmente, produzir melatonina de forma correta, além de que, nesta fase, conseguimos sonhar, produzir testosterona e o corpo aproveita para realizar suas atividades mentais, como aprendizado e memória. É por isso que sair da primeira fase é altamente indicado, uma vez que é a partir do segundo estágio que há a economia de energia, restauração dos tecidos, aumento da massa muscular e liberação do hormônio do crescimento.
Se privar de uma boa noite de sono, é se privar de todos estes benefícios que o corpo necessita, porque se isso não fosse essencial, não ocorreria durante estas fases. Não dormir corretamente pode levar até mesmo ao ganho de peso. A leptina, hormônio da saciedade, aumenta seus níveis durante o sono, informando ao cérebro que temos energia suficiente e que não há necessidade de sentir fome ou queimar calorias. Isso se confirma por uma pesquisa realizada na Coreia, publicada em 2016, que mostrou que a obesidade estava associada com o envelhecimento e longas horas de trabalho, entre as mulheres.
Ou seja, sono insuficiente leva o cérebro a pensar que não tem energia o suficiente para as suas necessidades, devido à baixa produção de leptina. Isso leva a uma fome constante, e as calorias passam a ser armazenadas para que você tenha energia suficiente na próxima vez que precisar. Isso gera uma desaceleração geral no metabolismo. Portanto, não ignore o poder de uma excelente noite de sono para sua saúde física e mental!