Dormir bem é algo que considero tão essencial quanto uma alimentação saudável, e sabem por quê? Não adianta você praticar exercícios, comer bem e depois ter uma noite horrível de sono, pois seu corpo não se restaura desta forma. Não são exatamente as oito horas de sono que irão afetar a qualidade da sua noite, mas o quanto o seu corpo é capaz de realmente “descansar” por assim dizer.
Quero esclarecer que sinônimo de dormir bem é “qualidade de sono e descanso do corpo”, alcançado quando nosso organismo entra quando estamos dormindo de verdade. Mas o que é este “sono de verdade”? Não é aquele que você tem depois de um dia cansativo, estressante ou quando a alimentação é ruim, e estou considerando o fato de que o tempo que cada pessoa precisa dormir, inclusive, é apenas uma estimativa geral, já que cada organismo e estilo de vida são únicos.
Estou me referindo à manutenção e conservação de energia, amadurecimento do sistema nervoso central, fortalecimento do sistema imunológico, consolidação da memória, secreção e liberação de hormônios do crescimento, insulina e outros, além da função termorreguladora e relaxante da musculatura, sendo que tudo isso são as principais funções de uma boa noite de sono.
Nossa memória e processo de aprendizagem podem ficar comprometidos quando a gente não dorme adequadamente! Entenda que a melatonina, o hormônio produzido quando nós estamos dormindo, é importante para que nosso organismo tenha a pausa merecida e possa realizar todas as suas atividades diárias de forma certa.
Trazer o organismo de volta à condição em que se iniciou o dia após a jornada de obrigações que se tem no decorrer dele é como se a gente desse um “restart” no corpo, e por isso ele tem condições de começar o dia bem e capaz de realizar todas as tarefas que nós propusermos. Vários sistemas descansam durante o sono, o que quer dizer que eles voltam a “funcionar normalmente”, reduzindo suas atividades, pois não precisam de força total. Os hormônios produzidos durante essa fase são a insulina (que controla a taxa de glicose no sangue), leptina, tireoide, corticoides, o GH que é o hormônio do crescimento, prolactina (que controla a produção do leite), entre tantos outros.
Enquanto dormimos, diminuímos a produção de cortisol e adrenalina, o que colabora para o controle do estresse e também conseguimos perder peso, pois produzimos a leptina que nos dá saciedade, hormônio muito importante e bastante produzido durante o sono. Se não dormimos bem, temos tendência a engordar, aumentar as taxas de gordura e açúcares no sangue, não crescer adequadamente (pois produzimos GH, que além de nos fazer crescer, é um hormônio anabólico que controla o ganho de massa muscular e a queima de gordura), não conseguir amamentar bem, ter pressão arterial mais alta, ter maior risco de doenças cardíacas e vasculares, destacando-se acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, impotência sexual, dentre outros problemas.
Além desses problemas, não ter um sono de qualidade implica em uma maior dificuldade no ganho de massa muscular, queima da massa gorda, uma menor fixação da memória, redução da qualidade do sistema imunológico e aumento do cortisol (que por sua vez, quando alto, baixa a imunidade, a queima do músculo e aumenta a gordura).