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Um pai, um filho. Um filho-pai. Éramos Um.

Não podemos perder tempo. Rompa as barreiras e Escolha amar. A vida é breve pra corrermos atrás do vento., Uma homenagem ao meu Pai, Seu Ali

Já ouviram falar em correr atrás do vento? Você passa dias, anos buscando meios de satisfazer sua vontade, pra que seja do seu jeito. Comigo foi assim no princípio. Tolo, insisti em seguir o vento quando o “eu” que queria ser, sempre morou em mim, porque foi plantado ali e regado pra um dia ser árvore.

Esta semana refleti muito sobre meu pai. Quanto tempo perdi querendo ser um “pai melhor que ele foi”, quando na verdade ele e eu nos complementávamos. Como um.

Na infância e adolescência não compreendia aquele jeito duro de relacionar. Ele, firmeza. Minha mãe, coração. Me rebelei (no fundo pra chamar atenção). O que via como incompatível, hoje entendo como equilíbrio. Meu pai, um imigrante em terra estranha, afastado da família, com esposa, filhos. A armadura foi sua escolha para seguir em frente e ensinar aos filhos respeito, dignidade, humildade, compaixão, gratidão. E, sim, foi fundamental pra me preparar para as adversidades da vida.

O tempo passa, a vida bate pesado. Ensina. Forja. Há dois caminhos ceder ou crescer. Graças a Deus optei por crescer. A relação com meu pai foi um processo. E, como toda transformação, há sempre um divisor de águas. O meu, posso dizer que foi após casar com a Rainha, quando Lulu nasceu.

Lulu abriu portas até então fechadas de Seu Ali, meu pai. O amor, antes adormecido, agora fluía como rios. Um dia fui na casa de meu pai, disposto a pedir perdão. Abri a porta. No silêncio nos olhamos. Sem dizer uma palavra, nos abraçamos. Choramos, um choro libertador. Estávamos livres, mas, mais unidos que nunca. Éramos um. Um pai, um filho. Um filho-pai.

Assim como eu, a experiência que tivemos também o amadureceu afetivamente. Um ano antes de partir, meu pai foi me visitar no Instituto. Ele entrou na minha sala, pediu que o levantasse. Me deu um forte abraço. Aquele homem que nunca me parabenizou, nem quando passava com 10, aprovado em diversas universidades… nada o abalava. Então, olhando nos meus olhos, segurando firme, disse que tinha orgulho de mim…

Espero ser cada dia mais semelhante ao meu pai. Metade do homem que ele foi pra mim. Sou grato a Deus por ter tido o tempo de quebrar o orgulho e me aproximar. De viver este amor.

Não podemos perder tempo. Rompa as barreiras e Escolha amar. A vida é breve pra corrermos atrás do vento.

 

 

 

 

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