Nesta reportagem publicada na Folha de S. Paulo (foto), de 02.11.16 – que apresenta mais um importante levantamento, que atesta algo que costumamos explorar: a importância da leitura correta dos rótulos dos alimentos. (aqui acesso a matéria na íntegra http://bit.ly/2e53q4n )
Mais da metade da população brasileira não costuma ler as informações como ingredientes e tabela nutricional conforme apresenta mais um levantamento encomendado ao Datafolha pela Aliança de Controle ao Tabagismo (ACT) – organização que atua na promoção da saúde – a mesma que há uma semana encabeçou pesquisa sobre a visão do brasileiro frente às propagandas de produtos direcionados ao público infantil, constatando que as pessoas não estão contentes com esta prática.
É uma lastima que poucas pessoas parem para avaliar se o que estão consumindo realmente condiz com as informações nos rótulos dos alimentos. O consumidor, por lei, deve exigir que todos os produtos tenham rótulos para o acesso à informação clara e adequada sobre o produto e riscos que ele apresenta. Ao menos, não sairá enganado com aquilo que está adquirindo.
E vejam o que mais diz esta matéria: “para o ano que vem, a proposta é discutir como deixar mais visíveis nas embalagens o teor de açúcar, sódio e gorduras – que, em excesso, podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares”. Que, segundo palavras do diretor-presidente da Anvisa, é uma “tendência mundial dar mais visibilidade a estas informações”. Será que “o mundo está ao contrário e ninguém reparou?” ou estamos finalmente frente a uma transformação que irá trazer de volta a enxergar o que é de verdade e o que não é na comida que nos é oferecida! Sabemos que estrelinhas jamais serão enganadas, certo! Estamos há tempos na era da comida de verdade, de onde jamais o homem deveria ter saído, para se render aos apelos da indústria. Ainda há muito que caminhar, mas as vendas estão caindo.
Esclareço abaixo, de maneira resumida, alguns dos preceitos básicos para leitura dos rótulos dos alimentos.
Ingredientes: Eles são dispostos conforme a quantidade apresentada no produto, em ordem decrescente. Ou seja, se o primeiro ingrediente que aparece é o “açúcar”, significa que é o principal ingrediente do produto. Saber disso ajuda a descobrir se o produto é realmente saudável ou não!
Porção: quantidade média recomendada para o consumo saudável. Mas atenção, pois algumas pessoas se confundem ao ler o rótulo, achando que a quantidade de calorias/proteínas/carboidratos/gorduras refere-se a todo conteúdo do produto, quando, na verdade, é apenas uma porção. Exemplo: um pacote com 90 g de bolacha integral pode conter uma tabela nutricional baseada em uma porção de 30 g. Para saber o quanto ingeriu, nesse caso, será preciso multiplicar os valores do rótulo por três.
Valor Diário (%VD): indica a quantidade de energia (calorias) e de nutrientes que o alimento apresenta em relação a uma dieta média de 2.000 kcal.
Valor energético / calorias (kcal): energia que o corpo produz a partir do consumo daquele alimento.
Proteínas: em doses apropriadas, garantem a manutenção da saúde e também proporcionam sensação de saciedade. Carnes e leguminosas (feijão, soja, grão de bico, quinoa etc) contêm boas doses do nutriente.
Gorduras totais: além de altamente energéticas, auxiliam no transporte das vitaminas A, D, E e K.
Gorduras saturadas: encontradas essencialmente em produtos de origem animal, como carnes, e sua ingestão excessiva aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
Gorduras trans: presentes em produtos industrializados, que levam gorduras vegetais hidrogenadas na preparação.
Sódio: importante para a regulação hídrica, mas em excesso, provoca malefícios como retenção de líquidos e aumento de pressão arterial.
Espero ter esclarecido um pouco, e lembre-se: em porções certas, os alimentos trazem ótimos benefícios para o corpo e para a saúde, por isso vale muito a sensatez na hora da escolha dos produtos.
Além disso é importante estar atento a um detalhe: mesmo produtos que colocam “0″ como quantidade de gordura trans na PORÇÃO, ainda pode conter gordura trans e, desta forma, juntando as porções que a pessoa ingere, acaba consumindo alguma quantidade considerável.
Esse esquema de apresentação é uma espécie de cilada, pois assim eles conseguem mascarar traços de ingredientes que não são saudáveis! Exemplo: se na PORÇÃO de determinado produto existir apenas traços de um ingrediente e você consumir diversas porções do produto, juntando, estará ingerindo uma quantidade significativa daquele ingrediente!
Por isso que é preciso que a tabela seja mais clara e completa, pois, desta forma, o consumidor não terá nenhuma informação omitida e poderá escolher os produtos adequados à sua dieta!