Se você tem estado com pouca disposição para realizar atividades como trabalhar, caminhar, lavar a louça, cuidar de si, de sua família, exercitar-se e, até mesmo, de pensar. Se tem se visto em um constante estado de inatividade. Cuidado: isso pode significar que você está com “preguiça”. Ela está na lista dos 7 pecados capitais, logo atrás de Gula, Avareza, Luxúria e Ira.
Não estamos falando daquele momento ao acordar, que a cama nos abraça e o travesseiro parece nos engolir ao ponto de queremos ficar ali – “pela vida toda”. Esta sensação do acolhimento matinal é algo natural. Sinto isso todas as manhãs. Mas, logo vejo o dia chamando e a vida esperando para ser intensamente vivida.
Agora, se você tem adiado planos, ações e tem se entregado a uma inatividade quase em estado de inércia física e mental: cuidado, a preguiça não só te pegou, ela pode ter te dominado. E, realmente, ela pode ser contagiosa e povoar não só seus horizontes, mas os daqueles que estão ao seu redor, como uma corrente de apatia e desânimo.
A inatividade está ligada ao desenvolvimento de problemas crônicos de saúde, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2, obesidade, depressão, demência e câncer. Pode ainda nos fazer sentir mal sobre nós mesmos, culpados e frustrados. Porém, para o preguiçoso de “carteirinha” há um ciclo vicioso – você se sente mal, mas entra a compensação – em que a recompensa é o conforto, o descanso e a ausência de situações de estresse.
Para se ter ideia, a inatividade física alcança, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quarta maior causa de morte no mundo, mais até que tabagismo, diabetes e obesidade juntos.
Outro agravante para estimular mentes e corpos fadados à preguiça é a era digital. Para todos os lados que olhamos as pessoas (inclusive eu) estão ligadas em seus Iphones, androids, tablets e toda sorte de recursos que nos mantem conectados de maneira global. Quando esta prática começa a consumir outras atividades da rotina é um sinal de alerta para uma possível compulsividade à tecnologia. Antes preguiça podia ser traduzida como ficar o dia estirado em um sofá. Hoje, as pessoas fazem isso com um “plus” o mundo digital em suas mãos! Tenho observado que tem sido uma difícil escolha para alguns largar “o mundo virtual” e tomar as rédeas da realidade.
Esta dependência digital tem sido objeto de estudos científicos. Um grupo de pesquisadores internacionais, num esforço conjunto entre o Departamento de Computação e Informática e do Departamento de Psicologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Bournemouth, tem intensificando-se na análise deste fenômeno que tem consumido pessoas ao redor do planeta e investigado a dependência digital (vou aprofundar isso em um outro post – um bom tema não!). Em uma de suas pesquisas, verificou-se que os sintomas de dependência de redes sociais, sites e jogos podem incluir a tolerância a um aumento contínuo de uso, alterações no humor do usuário uma vez que eles estão on-line . Em contrapartida, os sintomas de abstinência são intolerância, irritabilidade.
De acordo com o American College of Sports Medicine nos últimos anos verificou-se uma associação entre comportamento sedentário – que inclui o tempo sentado assistindo televisão ou usando tecnologia – aos resultados pobres na qualidade da saúde, que refletem no surgimento de doenças como cardíacas, diabetes, obesidade e alguns tipos de câncer.
Em uma era em que a caça de “Pókemons” tem cativado de crianças a adultos, como vencer este impulso a uma inatividade mental e – mesmo embora alguns destes jogos exijam alguma ‘caminhada’ – física? Reforço aqui que os pais e responsáveis são os espelhos das crianças e o reflexo será observado na vida adulta. O que estamos criando?! Sedentários digitais, sedentos pelo mundo virtual, distantes de ações que gerem impacto positivo em sua qualidade de vida e saúde, próximos de doenças do corpo, alma e espírito. Inativos.
Tenho atentado para isso. Em especial por ter a Luanna – minha filha, hoje com 8 anos, está neste momento de ser inspirada e construir sua identidade, gostos. Claro, não dá para fugir do digital, mas seu uso deve ser consciente, equilibrado. Deve integrar sua vida não dominar!
E o segredo para não submergir é administração do tempo e tempo de qualidade para todas as coisas. Tenho uma rotina rígida – que inclui estar com minha família, partilhar de momentos juntos, com carinho e atenção. Entra uma alimentação saudável, com nutrientes suficientes para que meu organismo engrene ao ponto de atingir seu potencial de desempenho e, claro. A prática diária de exercícios mentais e físicos. Estes, inclusive, são dois dos “Quatro Pilares da Vida Saudável” do Dr. Barakat! Recomendo que acessem o material – em formato e-book.
A atividade física acontece quando nossas ações corporais resultam em um gasto calórico acima do obtido com o repouso, como uma simples subida de escada. Já o exercício físico é o resultado de movimentos executados de forma planejada, com determinada duração, frequência e intensidade para que seja alcançado o objetivo almejado. Ou seja, uma simples caminhada ao ar livre não significa necessariamente que você está praticando um exercício físico, mas pode trazer benefícios consideráveis para quem está procurando algo que o tire do sedentarismo.
Já ouvi pessoas dizendo que estavam num quadro de depressão e estresse muito grande, e foi justamente com a prática de exercícios físicos que conseguiram melhorar. A importância da atividade física é que ela não só previne doenças, como também ajuda a superá-las!
Tipos de exercícios recomendados pelo American College of Sports Medicine para fugir da inatividade:
Aeróbicos:
Essa medida em conjunto com uma alimentação balanceada e outros hábitos saudáveis, pode amenizar os efeitos da preguiça sob nosso corpo e mente. Nosso organismo é como um carro, e pode durar mais tempo e com melhor desempenho se for bem cuidado e a atividade física é uma excelente maneira de fazermos a manutenção dessa máquina incrível que é o ser humano.
Referências:
Quatro pilares da vida saudável (e-book Dr. Barakat) https://www.drbarakat.com.br/quatropilares-exercicios-fisicos-e-book/
American College of Sports Medicine https://www.acsm.org/docs/brochures/reducing-sedentary-behaviors-sitting-less-and-moving-more.pdf
Digital Addiction – University of Bournemouth https://research.bournemouth.ac.uk/project/dar/