Com frequência falo sobre boas fontes de nutrientes e quais alimentos devemos escolher para ter uma boa alimentação, mas é bom destacar que, infelizmente, temos que ir atrás de bons produtos, pois até os mais saudáveis podem não ser tão saudáveis assim. O motivo? Agrotóxicos. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os agrotóxicos encontrados nos alimentos inorgânicos podem causar a deterioração dos recursos naturais, como solo, água e flora, além de poder causar intoxicação alimentar. Isso ocorre, principalmente, quando essas substâncias tóxicas são inseridas em excesso nos alimentos, para que o produtor não perca a plantação inteira por fatores externos.
O alimento orgânico não é somente “sem agrotóxicos”, como se veicula normalmente. Além de ser isento de insumos artificiais, como os adubos químicos e os agrotóxicos (e isso resulta na isenção de uma infinidade de subprodutos como nitratos, metais pesados, etc.), ele também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios, antibióticos e de organismos geneticamente modificados. Durante o processamento dos alimentos, é proibido o uso das radiações ionizantes (que produzem substâncias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído), e aditivos químicos sintéticos, como corantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros. Um alimento orgânico não é menor, ou de aspecto inferior ao convencional. Muitas vezes, percebemos que eles têm até mais cor, porque este tipo de alimento provém de uma fazenda orgânica em sua fase inicial de produção, que não utiliza tóxicos para mantê-los “intactos”. Muitos de vocês vão falar que é mais caro do que aqueles que encontramos no mercado, mas os benefícios são inúmeros. Quando comecei a falar sobre os processos que alteram a qualidade do alimento citei que, muitas vezes, o que fazemos e o que compramos pode vir a trazer os tais “disruptores endócrinos” para o nosso corpo, que agem por mecanismos fisiológicos pelos quais substituem os hormônios do nosso corpo, bloqueando sua ação natural, ou ainda, aumentando ou diminuindo a quantidade original de hormônios.
De acordo com um estudo de 10 anos, realizado pela Universidade da Califórnia, que pesquisou os tomates orgânicos produzidos em um ambiente livre do uso de fertilizantes químicos, ricos em nitrogênio, verificou-se que diferentemente dos tomates cultivados com uso de agrotóxicos, os orgânicos apresentaram excessiva quantidade de antioxidantes, tais como quercetina (79% superior). Como todos sabemos, os antioxidantes são bons para a saúde e ajudam na redução de doenças cardíacas e nas chances de desenvolver câncer.
Pesquisas recentes, como a da Universidade de Newcastle, publicado no British Journal of Nutrition (2015), sugerem que a escolha de alimentos orgânicos pode levar ao aumento da ingestão de antioxidantes nutricionalmente desejáveis e reduzem a exposição a metais pesados tóxicos.
O British Journal of Nutrition também mostra níveis significativamente mais baixos de metais pesados tóxicos em cultivos orgânicos. Cádmio, que é um dos três únicos contaminantes metálicos, juntamente com chumbo e mercúrio, para a qual a Comissão Europeia estabeleceu níveis máximos tolerados de contaminação em alimentos, foi encontrado para ser quase 50% menor em cultivos orgânicos do que os convencionalmente crescidos.
Como o alimento orgânico é cultivado com uso de fertilizantes naturais, como o estrume, ou seja, não é preparado com fertilizantes químicos, sendo cultivado sem vestígios de produtos químicos pesados, ele é isento de afetar o corpo humano negativamente. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os agrotóxicos encontrados nos alimentos inorgânicos podem causar a deterioração dos recursos naturais (solo, água, flora), além de poderem provocar intoxicação alimentar. Isso ocorre quando as substâncias são inseridas em excesso nos alimentos. A ingestão de alimentos orgânicos também possuem muito mais antioxidantes que os convencionais. Uma sopa feita com vegetais orgânicos, por exemplo, contém seis vezes mais ácido salicílico (componente produzido naturalmente pelas plantas como um componente protetor contra estresse e doenças) do que as sopas de vegetais não-orgânicos.
Soluções: livre-se dos agrotóxicos – Para quem quer retirar os agrotóxicos dos alimentos, existe uma solução que todos podemos fazer em casa. A mistura de tintura de iodo a 2% com a água ajuda a eliminar os agrotóxicos. O ideal é que, para cada litro de água, sejam misturados 5 ml de tintura de iodo a 2%. Deixe os alimentos nesta solução por uma hora, cobertos por um pano, depois lave bem em água corrente e jogue imediatamente a água contaminada! A tintura de iodo pode ser comprada em farmácias. Segundo a legislação, agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, utilizados nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais. É importante saber também que, na hora de comprar, nós podemos evitar alimentos fora do tamanho padrão. Essa é uma indicação básica de que foi utilizado agrotóxico ou fertilizante na produção.
Não lave os alimentos assim que chegar das compras. Deixe-os refrigerados por, no mínimo, 2 horas antes de lavar e higienizar. Quando o alimento é higienizado em temperatura ambiente, o agrotóxico que fica na casca penetra com mais facilidade. Ou seja, a pergunta que fica depois dessa semana é justamente que, considerando que “você é o que você come e absorve”, e “o alimento deve ser o nosso medicamento”, então a escolha é sua! Vai continuar a comer produtos cheios de toxinas, que podem trazer doenças para o nosso corpo, ou vai ir atrás de produtos frescos, que mantêm seus valores nutricionais e o sabor real? Decida-se!