Osteoporose e leite
10 de fevereiro de 2017
Sobre portas fechadas e oportunidades
11 de fevereiro de 2017

Intolerância à Lactose

Vamos compreender

A intolerância ao leite é mais comum do que se pode imaginar. Antes de tudo, é preciso compreender sua causa: a lactose – o “açúcar do leite”. Quando uma pessoa apresenta a intolerância é porque o organismo não está conseguindo produzir a enzima chamada “lactase” em quantidade suficiente para a quebra e digestão deste açúcar ou porque deixam de produzi-la ao longo da vida, seja pelo processo do envelhecimento ou por lesões no intestino.

A intensidade dos sinais depende da quantidade do alimento ingerido e de quanta lactose cada pessoa é capaz de suportar, ou seja, elas podem aparecer logo após a ingestão do leite ou depois de horas. Entretanto, os sintomas típicos da lactose não digerida ficam entre dores abdominais, sensação de inchaço no corpo, flatulência, diarreia ou obstipação e até vômitos. Mas atenção!
A sugestão é que se faça o teste da exclusão, por 15 a 30 dias. Depois do período, perceba se a retirada lhe agregou valor, se melhorou. E, no caso da reintrodução do produto, perceba se o seu organismo o aceita bem novamente. Talvez você ressignifique a sua relação com o leite.

A questão é tão importante que finalmente (diga-se) no Brasil passa ser obrigatório constar na rotulagem dos produtos a presença da Lactose – expresso pela frase “Contém Lactose” – assim como hoje ocorre com o glúten. Estas novas regras foram publicadas pela Anvisa ontem, dia 9/2. (esta na home do site da Agência)

A indústria tem se mostrado desesperada e investido pesado em veiculações para que você não pare de consumir. Avalio que este é um movimento em resposta a uma sociedade que começou a perceber uma mudança no paradigma alimentar, em que não se aceita mais tudo o que é oferecido sem questionar antes quanto ao impacto no organismo, na saúde. Há inclusive alinhado a isso produtos da indústria farmacêutica criados para que o corpo tenha mais da enzima lactase, pra que você não deixe de consumir o leite. Interessante esta “sinergia” não?

Referências

Michaëlsson Karl, Wolk Alicja, Langenskiöld Sophie, Basu Samar, Warensjö Lemming Eva, Melhus Håkan et al. Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies BMJ 2014; 349 :g6015

Ornish, Dean M et al. Dietary trial in prostate cancer: Early experience and implications for clinical trial design. Urology , Volume 57 , Issue 4 , 200 – 201

Feskanich D, Willett WC, Colditz GA. Calcium, vitamin D, milk consumption, and hip fractures: a prospective study among postmenopausal women. Am J Clin Nutr February 2003 vol. 77 no. 2 504-511.

Handford, CE, Campbell, K. e Elliott, CT (2016), Impactos da Fraude Láctea na Segurança Alimentar e Nutrição com ênfase especial nos países em desenvolvimento. REVISÕES INTEGRADAS NA CIÊNCIA DOS ALIMENTOS E NA SEGURANÇA ALIMENTAR, 15: 130-142. Doi: 10.1111 / 1541-4337.12181

Pediatrics. 2005 Mar;115(3):736-43. Calcium, dairy products, and bone health in children and young adults: a reevaluation of the evidence. Lanou AJ1, Berkow SE, Barnard ND.

Peck P.Two or more glasses of milk may raise ovarian câncer skills, still doctors aren’t advising that women stop drinking it WebMD Medical News, May 5, 2000

Feskanich D1, Willett WC, Stampfer MJ, Colditz GA. Milk, dietary calcium, and bone fractures in women: a 12-year prospective study. Am J Public Health. 1997 Jun;87(6):992-7.

Woolridge MW, Fisher C 1988 Colic, “overfeeding” and symptoms of lactose malabsorption in the breast-fed baby: a possible artifact of feed management. Lancet 2:382

Ayub M, Ahmed Q, Abbas M, Qasi IM, Hattak IA. 2007. Composition and adulteration analysis of milk samples. Sarhad J Agric 23(4):1127–30

BBC NEWS. 22nd April 2004. China ‘fake milk’ scandal deepens. Available from: http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/asia-pacific/3648583.stm. Accessed November 11, 2016.

 

 

WhatsApp chat