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Intolerância à Lactose

Vamos compreender

A intolerância ao leite é mais comum do que se pode imaginar. Antes de tudo, é preciso compreender sua causa: a lactose – o “açúcar do leite”. Quando uma pessoa apresenta a intolerância é porque o organismo não está conseguindo produzir a enzima chamada “lactase” em quantidade suficiente para a quebra e digestão deste açúcar ou porque deixam de produzi-la ao longo da vida, seja pelo processo do envelhecimento ou por lesões no intestino.

A intensidade dos sinais depende da quantidade do alimento ingerido e de quanta lactose cada pessoa é capaz de suportar, ou seja, elas podem aparecer logo após a ingestão do leite ou depois de horas. Entretanto, os sintomas típicos da lactose não digerida ficam entre dores abdominais, sensação de inchaço no corpo, flatulência, diarreia ou obstipação e até vômitos. Mas atenção!
A sugestão é que se faça o teste da exclusão, por 15 a 30 dias. Depois do período, perceba se a retirada lhe agregou valor, se melhorou. E, no caso da reintrodução do produto, perceba se o seu organismo o aceita bem novamente. Talvez você ressignifique a sua relação com o leite.

A questão é tão importante que finalmente (diga-se) no Brasil passa ser obrigatório constar na rotulagem dos produtos a presença da Lactose – expresso pela frase “Contém Lactose” – assim como hoje ocorre com o glúten. Estas novas regras foram publicadas pela Anvisa ontem, dia 9/2. (esta na home do site da Agência)

A indústria tem se mostrado desesperada e investido pesado em veiculações para que você não pare de consumir. Avalio que este é um movimento em resposta a uma sociedade que começou a perceber uma mudança no paradigma alimentar, em que não se aceita mais tudo o que é oferecido sem questionar antes quanto ao impacto no organismo, na saúde. Há inclusive alinhado a isso produtos da indústria farmacêutica criados para que o corpo tenha mais da enzima lactase, pra que você não deixe de consumir o leite. Interessante esta “sinergia” não?

Referências

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