Disfunção mitocondrial e autismo

A saúde das mitocôndrias é muito importante e, especialmente quando o assunto é autismo, ela tem um papel ainda mais relevante. Isso porque as mitocôndrias produzem energia (ATP) através da respiração celular. Como você pode imaginar, há uma grande demanda por energia no cérebro e quando há alguma disfunção mitocondrial, ocorre uma queda no nível de energia, que pode afetar a cognição e até mesmo as respostas motoras.

Em 2014, um artigo publicado no periódico científico JAMA mostrou como o organismo busca alternativas para compensar essa diminuição de energia, por meio da fermentação lática, por exemplo, que produz energia sem as mitocôndrias, porém, com um rendimento inferior.

O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento complexo e multifacetado, mas há estudos, como este que citei, que sugerem que, ao menos em uma parcela de indivíduos autistas, pode haver uma relação com distúrbios no metabolismo energético.

Assim, melhorar a saúde mitocondrial pode ser uma forma de contribuir com o neurodesenvolvimento das crianças autistas e ajudar no controle de sintomas, como déficit cognitivo e distúrbios sensoriais).

Além de práticas como exercícios físicos regulares, sono adequado e uma alimentação equilibrada, certos suplementos podem ser benéficos para otimizar a função mitocondrial. A Coenzima Q10 (CoQ10) é um poderoso antioxidante que ajuda a proteger as mitocôndrias contra danos oxidativos, promovendo assim sua eficiência. A L-carnitina desempenha um papel crucial no transporte de ácidos graxos para as mitocôndrias, onde são convertidos em energia. Suplementos de ácido alfa-lipóico também são conhecidos por melhorar a função mitocondrial, aumentando a produção de ATP. Além disso, compostos como resveratrol e quercetina têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem beneficiar a saúde mitocondrial.

Refs.: DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2014.179
doi: 10.1203/PDR.0b013e318212f16b