Um desafio adicional para pessoas em sobrepeso obesidade durante a atual pandemia pode envolver a deficiência / insuficiência da vitamina D, sobretudo em indivíduos com sobrepeso. É o que apontaram pesquisadores da Universidade de Indiana, em um novo estudo, publicado agora, no dia 16 de abril, no periódico Obesity.
Segundo eles, a deficiência deste hormônio (sim, a Vitamina D é um hormônio), também conhecido como a “vitamina do sol” – tem sido implicada no contexto de várias doenças inflamatórias, infecciosas e pulmonares.
A vitamina D tem se mostrado um complemento para gerenciar o meio pró-inflamatório ou “tempestade de citocinas” observada em pacientes com COVID-19. Isso, por sua vez, apresenta uma opção atraente, pois as implicações clínicas da gravidade e do manejo dos sintomas parecem ser exacerbadas no cenário da hipertensão e do diabetes – ambos tipicamente relacionados à obesidade.
Como obter a vitamina D? Trago aqui as constatações do próprio estudo: “sabe-se que a atividade física habitual ao ar livre promove a síntese de vitamina D através da interação entre a radiação ultravioleta e o 7-desidrocolesterol na pele. Apesar de diretrizes para limitar o contato social, mesmo a atividade física em ambientes fechados pode melhorar efetivamente o status da vitamina D por meio de mecanismos biológicos além do 7-desidrocolesterol” – *ou seja, mantenha em casa uma rotina de atividades*
O artigo ainda nos ensina que “análises prospectivas de idosos em um período de 2,6 anos mostraram uma associação positiva entre a alteração da vitamina D sérica (25 (OH) D) e a atividade física avaliada por acelerometria – independente da exposição ao sol. Scott e colegas (2010) indicaram que a relação observada pode ter sido atribuída a mudanças favoráveis na composição corporal via atividade física (isto é, ↓ adiposidade; ↑ massa muscular esquelética)”
Os pesquisadores sinalizam que “também é importante notar que a suplementação diária ou semanal de vitamina D (D2 ou D3) tem demonstrado oferecer proteção contra infecções respiratórias agudas – particularmente entre indivíduos que apresentam deficiência de vitamina D (<20 ng / mL) (10). No entanto, entre os adultos norte-americanos, mudar a atenção para se concentrar em um único micronutriente como a vitamina D não deve ser à custa de outros nutrientes comumente pouco consumidos, incluindo cálcio, potássio e fibra alimentar. Uma dieta diversificada ajudará a garantir um amplo perfil de nutrientes para aliviar adequadamente a vulnerabilidade a doenças agudas e crônicas”
Procure conversar com seu médico -de preferência que tenha uma visão integrativa e biopsicossocial, sobre a vitamina D.
Referência
Carter SJ, Baranauskas MN, Fly AD. Considerations for obesity, vitamin D, and physical activity amidst the COVID-19 pandemic [published online ahead of print, 2020 Apr 16]. Obesity (Silver Spring). 2020;10.1002/oby.22838. doi:10.1002/oby.22838