Antes de tudo, vale esclarecer que o lipedema não é obesidade. É comum que a própria paciente e/ou o profissional de saúde (ainda não capacitado), tenha esta compreensão. É aí que mora o primeiro obstáculo para resolver esta condição que causa desconforto especialmente em mulheres em idade reprodutiva. Estima-se que 12% das brasileiras tenham esta doença.
Vale dizer que a diferença entre o lipedema e o linfedema está no acometimento de outros órgãos: enquanto uma paciente com linfedema terá o inchaço (causado pelo acúmulo de líquidos) expandido para outras regiões como os pés, por exemplo. O lipedema, por sua vez, tem aparecimento apenas em regiões específicas como braços e pernas, sem atingir outras regiões.
Sua causa é genética e também resultante de um quadro inflamatório multifatorial. Os agentes externos como os disruptores endócrinos (que são substâncias que podem causar alterações hormonais), gerando um caso de hiperestrogenismo (aumento do estrogênio no corpo), e com isso um desequilíbrio generalizado. Esta condição pode ser piorada pelo uso de anticoncepcionais (hormônios sintéticos), miomas e mesmo por endometriose. A inflamação vai gerando uma atividade mastocitária e, eles por sua vez, criam uma fibrose que dá origem ao lipedema.
Estas alterações deixam o organismo bastante sucetível a inflamações e, com isso, o acúmulo de gordura nos tecidos pode gerar quadros de lipedema. Além dos problemas como dificuldade de locomoção, edemas e fadiga, a doença compromete a autoestima da paciente. Uma vez que é vista como obesidade. Notem que mesmo durante períodos de emagrecimento (pacientes com redução de +10kg), o lipedema persiste.
O tratamento envolve não apenas uma ressignificação alimentar, mas também o cuidado com relação a redução da inflamação no corpo via supelmentação e soros com bioativos curcuminóides, vitamina D e, claro ômega 3, bem como processos cirúrgicos. Vale dizer aqui que a cirurgia só terá benefícios após um tratamento para redução do quadro inflamatório.
O cuidado do lipedema não é só feito pelo médico, mas pela equipe e também pela paciente. Trata-se de um esforço coletivo em prol da saúde!