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Alimentação infantil: da amamentação às papinhas

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VI_INFANTILVamos entrar no universo dos bebês. O leite materno é o suficiente para nutrir o recém-nascido. Mas atenção, até os seis meses – que é tida como a primeira fase de vida de uma criança. Esta inclusive é uma orientação da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde.

Neste período é importante que o bebê possa mamar sempre que sentir fome. Sem dúvida, o bebê estará recebendo o melhor alimento e o mais completo da natureza que ele precisa naquele momento inicial de vida. Mas é mais que isso: amamentar é um gesto de amor! Faz com que o cérebro da mãe produza grandes concentrações de ocitocina, o tal hormônio do amor, que é passado pelo leite e, consequentemente, para o bebê. Ou seja, quer maior cumplicidade e história de amor do que essa?!

Esse hormônio, que é produzido no hipotálamo, é extremamente na fase da amamentação pois é o que faz o leite ejetar com mais facilidade. Ou seja, quando a mulher estiver amamentando e olhando para o bebê, em um ambiente calmo e tranquilo, o hormônio ajuda a amamentação ocorrer de forma mais fácil. A ocitocina literalmente fortalece o vinculo entre mãe e filho nesse ato de amamentar, então com certeza é uma experiência única! Mas, como disse no post anterior, após os seis meses mais ou menos, é que o bebê pode começar a experimentar outra alimentação.

Enquanto o bebê estiver em fase de amamentação, tudo que a mãe ingerir vai parar no leite, então todo cuidado é pouco! Estudos (*) indicam que o ambiente uterino altera-se em função das escolhas alimentares da mãe, porque são transmitidos pelo líquido amniótico. Isso determina a preferência da criança por estes sabores no nascimento e durante o desmame. O leite humano é composto de sabores que refletem diretamente os alimentos, especiarias e bebidas ingeridas pela mãe. Então, bons hábitos da mãe nesse tempo formarão um filho que goste de alimentos saudáveis!

Após alguns meses, a frequência das mamadas pode diminuir. O que é normal. Ao passar este período dos seis meses o leite materno já não contém todos os nutrientes necessários, especialmente o ferro, por isso outros alimentos devem ser introduzidos. A fase de integrar alimentos na refeição costuma ser a mais difícil para as mães, pois é uma fase de transição importantíssima para o bebê, que passa do leite materno para os alimentos complementares. Até esse período, ele estava acostumado somente com a amamentação, mas é agora que a mãe deve introduzir alimentos semissólidos, para que aos poucos, o bebê se familiarize com a nova alimentação. Pode ser um período difícil, pois realmente as mães costumam se queixar muito da rejeição dos pequenos às novas comidas. É importante entender que a partir dos seis meses de idade a criança já apresenta maturidade fisiológica e neurológica para receber outros alimentos e que mesmo recebendo outro tipo de alimentação, o bebê deve continuar a mamar no peito até os dois anos ou mais. O leite materno continua sendo uma importante fonte de nutrição e proteção contra enfermidades, portanto entendam que os alimentos são complementares! Agora já é possível, por exemplo, introduzir água nos intervalos, pois a partir dessa fase, a criança já não apresenta mais o reflexo de protrusão da língua, o que facilita a ingestão de outros alimentos, inclusive os semissólidos. Isso acontece justamente porque o bebê já começa a produzir enzimas digestivas em seu organismo em quantidades suficientes para essa nova fase, e já pode ficar sentado para se alimentar já que o pescoço não tomba mais, o que facilita a alimentação oferecida pela colher!

Os alimentos complementares são especialmente preparados para a criança e a partir dos oito meses é que a criança passa a comer alimentos que o resto da família come. Mas as mães devem ficar atentas, pois a introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual, uma vez que as texturas, sabores e forma de se alimentar são novas para o bebê. Sem substituir a amamentação, essa alimentação complementar deve seguir a orientação de que deve ser feita em pequenas proporções (pelo fato de que seu bebê não está acostumado e o sistema digestivo dele ainda está em formação!) e que às vezes não é fácil fazer com que o bebê aceite tudo. Agora, se você está introduzindo gradualmente alimentos semissólidos em conjunto com a amamentação, tem que saber que dar água (filtrada e pura) é importante também, bem como alimentos orgânicos. Veja bem, é muito simples comprar alimentos complementares processados, industrializados e etc., porque são mais práticos. Mas é o começo de uma alimentação! Não deveria ser o mais natural possível, que nem é a amamentação?!

Aqui, a mesma informação para qualquer ser humano: nada de industrializados, embutidos, conservantes e, sobretudo, açúcar. As papinhas vendidas em supermercados já vêm carregadas de conservantes e outras químicas que, se para um adulto já fazem mal, imagine para um bebê!
Preparar a comida de seu filho à moda antiga, caseira, é como estender o elo que a mãe mantinha com o bebê durante a alimentação – o mesmo vínculo de amor será transferido pelo carinho que se prepara as refeições dos pequenos! Para auxiliar, as papinhas podem ser congeladas para conservar melhor e descongeladas antes do consumo.

Agora, se você nova mamãe, avós, tios, tias, que costumam ser seduzidos por aquelas propagandas lindas, cheias de bebês fofinhos, corados e felizes – que depois de comerem uma deliciosa colherada de um creminho doce e colorido num potinho sorriem e batem os bracinhos de alegria… Acordem! Ao abrir a porta de “só um iogurtinho não faz mal” pode custar a saúde de seu filho à longo prazo!

Na primeira infância é hora de preprara o paladar e as memórias gustativas dos pequenos para aquilo que é bom e, sobretudo, tem qualidade nutricional – ajudará no crescimento, no desenvolvimento da cognição, da atividade motora e cerebral, entre tantos outros aspectos! Quando vejo um adulto levar à boca de uma criança – abaixo de 4 anos de idade, chego a sentir calafrios. Me pergunto se o adulto está agindo para o bem da criança, ou se para confortar a si, por acreditar que nesta fase da vida mesmo sem ter provado um alimento “docinho” ele terá esta vontade toda de comer o determinado produto! Reflitam!

Pense bem! O alimento feito em casa – a base de legumes, verduras, carnes, frango, frutas – é a melhor comida que você pode oferecer ao seu filho!

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