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Alimentação: a melhor ferramenta em se tratando de prevenção do câncer de mama

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03.10_alimentação_cancerPublicado em 03.10.2016

Às vezes pode parecer que batemos na mesma tecla quando abordamos o poder dos alimentos em diversos temas. Eu prefiro e digo que na verdade nos empoderamos da chave que abre as portas de defesa do organismo, que nos blinda de diferentes doenças, por meio do fortalecimento do sistema imunológico, renovando estruturas e permitindo que vençamos batalhas contra vírus, bactérias, infecções e, até mesmo o câncer.

Sim, “que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”, já disse há mais de 2.5000 anos o pai da medicina, “Hipócrates”. E esta certeza está tão viva hoje quanto há milênios. Primeiramente, é preciso compreender que o câncer – seja qual for o tipo, é na verdade um conjunto de doenças e multifatorial. Por isso, tanto para prevenção quanto para auxiliar àquelas pessoas em tratamento o alimento é um forte aliado.

É muito comum ver nas capas de revista: “brócolis x câncer”; “alcachofra”; “tomate”. Sim, estes alimentos que citei como exemplos são bons, claro, mas primeiro: eles se complementam. Vejo muita gente que chega a viver de “brócolis” como se fosse o único agente alimentar com efeito preventivo.

Quando falamos de alimentos benéficos para reduzir riscos de câncer de mama não queremos criar exércitos de comedores de brócolis, mas sim, pessoas que compreendam que o valor do que comemos está na diversidade do prato, na qualidade nutricional – que vem da junção de elementos e, sobretudo, da exclusão de embutidos, industrializados, conservantes, corantes e outros subterfúgios danosos à saúde e totalmente interligados ao câncer.

Vale ressaltar que o Ph dos alimentos representa importante fator de impacto. Para se ter uma ideia um individuo saudável apresenta nível alcalino (positivo)  em torno de 7.4; já no individuo com câncer, este número gira entre 4 ou 5. Isso diz muita coisa! (veja a tabela de acidez dos alimentos no Blog: http://bit.ly/2d9Q6Hr ) Por isso que tanto na prevenção quanto terapêutica são indicadas dietas alcalinas, afinal, o câncer se desenvolve em ambiente anaeróbico – ou seja, precisa de glicose. E, o organismo neste caso cria um ambiente facilitador do desenvolvimento da doença.

Diante disso, a primeira coisa que temos que ter em mente é que alguns tipos de alimentos podem fornecer o tipo de “ambiente ideal” que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar, ao ingerirmos por muito tempo. Eles devem ser evitados ou consumidos moderadamente, mas se há casos de câncer em sua família, seria uma boa ideia começar a excluí-los da sua lista de compras. Dentre o grupo cancerígeno, estão os alimentos ricos em gordura, como é o caso de frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, linguiças, mortadelas e outros.

Além destes, temos os que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos, como os nitritos e nitratos utilizados para conserva (de picles, salsichas, alguns embutidos e enlatados), que se transformam em nitrosaminas no estômago e tem ação carcinogênica potente que pode levar ao câncer nesse órgão.

Outro exemplo é o consumo de alimentos preservados em sal que também estão relacionados ao câncer de estômago, em regiões onde se consome com frequência comidas como carne de sol, charque e peixes salgados.

Checar a quantidade de sódio nas tabelas nutricionais dos produtos é sempre aconselhável na hora de comprar algum produto e usar outros temperos na hora do preparo pode ter um peso significante na prevenção!

Carboidratos são outra vertente alimentar a ser evitada. Um grande estudo feito em 2009 com mulheres chinesas nos EUA relatou que aquelas que consumiam quantidades maiores de carboidratos aumento do risco de desenvolver a doença. E também mostrou que dietas ricas em carboidratos estão ligadas a um aumento do risco de um tipo de câncer de mama chamado de receptor de estrogênio negativo. Eu tenho falado muito sobre os perigos do açúcar, e ele pode causar um excesso de peso que eleva as chances da doença em mulheres no período pós-menopausa. Por isso que uma dieta que pode ser avaliada como terapêutica nutricional junto ao seu especialista é a Cetogênica – que tem exclusão completa de qualquer carboidrato. (leia sobre a Cetogênica http://bit.ly/2dmyz4d)

Uma alimentação pobre em fibras, por exemplo, com altos teores de gorduras e altos níveis calóricos, está ligado ao desenvolvimento de câncer de cólon e de reto, uma vez que sem a ingestão de fibras, o ritmo intestinal desacelera e favorece uma exposição mais demorada da mucosa dos agentes cancerígenos encontrados no conteúdo do intestino. Um destino parecido acontece com altos teores de gordura que podem alterar os níveis de hormônio no sangue, aumentando o risco de câncer de mama e próstata.

Vamos aos alimentos positivos:

  • Alimentação Orgânica
  • Alimentação viva (crudivorismo);
  • Coma mais isoflavonas (encontradas em ervilhas e feijões) e lignanas (encontrado em vegetais, frutas, grãos, chá e café).Ingerir mais fibras naturais.
  • Flavonóis e flavonas, substâncias encontradas em cebolas, brócolis, chás preto, verde e de camomila, ervas aromáticas como a salsa, e em algumas frutas, também foram associados a riscos mais baixos. 
  • Vitamina D: Fundamental. No caso do câncer de mama estudos apontam para o importante papel que tem a vitamina D e mostram que organismos com alto nível desta substância tem impacto positivo contra o desenvolvimento destes tumores. A Vitamina D é uma lipossolúvel essencial para o corpo humano, uma vez que sua ausência pode ocasionar uma série de problemáticas complicações. Sua principal fonte nada mais é do que o sol, pois a produção dessa vitamina se dá por meio dos raios ultravioletas do tipo B (UVB), que ativam a síntese dessa substância. Além da exposição solar, que confere ao nosso corpo 80 a 90% da quantidade de vitamina que recebemos, podemos obtê-la também através de peixes gordos, como o atum e o salmão, por exemplo. A falta deste nutriente favorece 17 tipos de câncer, entre eles, o de mama e de próstata também. (leia mais em: http://bit.ly/2d9Sii1 )
  • Inserir bastante cálcio em sua dieta – a partir vegetais de folhas verdes, nozes, peixes. (nada de leite – já sabemos que é tudo menos fonte de cálcio)
  • Carotenoides – pigmentos orgânicos encontrados em alimentos, como cenoura, batata doce, espinafre, couve, mamão, pimentão e tomate. Um resumo dos estudos publicados mostrou que as mulheres com níveis mais altos de carotenoides em amostras de sangue podem ter um menor risco de câncer de mama.

De acordo com uma pesquisa feita pela Harvard School of Public Health, nos EUA, a cenoura é um alimento eficaz na prevenção contra o câncer de mama: consumir duas porções do vegetal todos os dias reduziu o risco de desenvolver a doença em até 17%, no estudo feito. Isso acontece graças ao beta caroteno presente no alimento, que protege o DNA contra a oxidação e evita a formação de radicais livres. Mas atenção, a pesquisa feita atribuiu os resultados em mulheres que se encontravam na pré-menopausa! [Leia mais em: “Alimentos que previnem câncer de mama”]

As fibras encontradas principalmente em frutas, legumes e cereais integrais ajudam na defesa do organismo. Comer fibras de farelo de trigo reduzem os níveis de estrogênio no sangue em mulheres que ainda não tiveram a menopausa. E, quanto mais baixo o teor de estrogênio, menor é o perigo. Dietas ricas em fibras contêm menos gordura e mais antioxidantes do que dietas de baixa fibra. Inclusive, a fibra e antioxidantes que as frutas contêm auxiliam nessa prevenção. Os antioxidantes impedem o processo químico da oxidação, que ocorre quando as moléculas de oxigênio se juntam com outro produto químico. A oxidação pode causar danos de genes em células que podem levar ao câncer. Entre os antioxidantes estão vitaminas A, C e E e selênio. 

Com uma dieta saudável, é possível manter o peso dentro dos limites normais e isso ajuda a proteger contra uma variedade de doenças, inclusive o câncer. Portanto, observe que sua saúde está mais no seu prato do que em qualquer outro lugar.