Síndrome de Down: nutrição
21 de março de 2017
22.03 – Dia Mundial da Água
22 de março de 2017

Alergia x Intolerância

Compreenda a diferença entre alergia e intolerância alimentar e saiba identificar quais sinais de ambas. Compreenda o que fazer para evitar episódios e manter o organismo sadio

Vamos esclarecer a diferença entre alergia e intolerância alimentar. A alergia a determinado alimento se manifesta de forma imediata. O organismo apresenta reações como a boca inchar, dificuldade de respirar, entre outros aspectos. Por exemplo: se você come um camarão, ou bebe um leite; come um pão ou uma massa, e começa a ter estes sinais, você pode ter alergia a estas comidas. No caso do leite, você tem alergia à caseína, que é a proteína deste produto. No caso de pães, massas e etc., é o impacto da proteína do glúten sobre o organismo. Quem é alérgico, não jeito: a ingestão destes produtos e seus derivados não é uma opção. E este é um consenso.

Agora, no caso da intolerância, trata-se da dificuldade enzimática para digerir determinado alimento. Como no caso do leite. Para sua digestão, é necessário haver a ação da enzima lactase. Muitos, devido a um consumo excessivo constante do leite e de derivados, como iogurtes, queijos e etc. apresentam intolerância por não terem um “estoque” adequado de lactase, que é responsável pela “quebra” da lactose no organismo.

Diferentemente da alergia, que tem impacto imediato, no caso da intolerância a reação pode ocorrer de 2 a 7 dias depois, por meio de rinites, estufamento (sensação de inchaço abdominal), flatulência, dores de cabeça, fadiga, entre outros aspectos que demonstram esta sensibilidade e pode inflamar o intestino em decorrência deste consumo, o que pode levar inclusive a desenvolver doenças autoimunes.

Se você tem intolerância ao leite, por exemplo, poderá causar o desconforto. “Dr., mas, minha avó/bisavó tomava leite?” O que ocorre é que a bebida que se consumia anteriormente era, em grande parte, o leite gordo, direto da vaca. Ela tomava uma caneca de manhã e outra de tarde / noite. Hoje, o produto “leite” industrializado passa por diversos processos químicos que não favorecem ao organismo. E as pessoas consomem três blocos de produtos lácteos por dia. Antes, a vovó tomava o leite, agora, se consome diversas formas derivadas do produto. Ah, mas há o leite desnatado. Acreditem, não é uma opção. Com a gordura extraída sobra uma “água rala” e, para se tornar palatável ao consumo, faz-se adição de lactose. A mesma, citada aqui anteriormente que, em grande quantidade dificulta a sua digestão, por esgotar as reservas de lactase.

Se continuassem a consumir uma ou duas canecas e leite gordo da vaca ok, mas a oferta é grande e, então, a ingestão destes alimentos é exacerbada.

Portanto, aqui vão duas valiosas dicas: se você suspeita de intolerância ao leite, deixe de consumi-lo por uma semana, bem como seus derivados. Se os desconfortos desaparecerem, o motivo foi descoberto! Converse com seu médico e um nutricionista que lhe de o suporte para entender com mais precisão o que acontece com o seu corpo, pois como já disse antes, podem ser inúmeras razões relacionadas à rejeição da lactose pelo seu organismo.

Leia também:
Alergia ao Leite: http://bit.ly/2nmvmnT
Intolerância a lactose: http://bit.ly/2o3XkC7
Leite: será que o organismo precisa desta bebida? http://bit.ly/2nRha4b
Glúten: um alimento altamente inflamatório: http://bit.ly/2nmDtAO

REFERÊNCIA

Michaëlsson Karl, Wolk Alicja, Langenskiöld Sophie, Basu Samar, Warensjö Lemming Eva, Melhus Håkan et al. Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies BMJ 2014; 349 :g6015

Ornish, Dean M et al. Dietary trial in prostate cancer: Early experience and implications for clinical trial design. Urology , Volume 57 , Issue 4 , 200 – 201

Feskanich D, Willett WC, Colditz GA. Calcium, vitamin D, milk consumption, and hip fractures: a prospective study among postmenopausal women. Am J Clin Nutr February 2003 vol. 77 no. 2 504-511.

Handford, CE, Campbell, K. e Elliott, CT (2016), Impactos da Fraude Láctea na Segurança Alimentar e Nutrição com ênfase especial nos países em desenvolvimento. REVISÕES INTEGRADAS NA CIÊNCIA DOS ALIMENTOS E NA SEGURANÇA ALIMENTAR, 15: 130-142. Doi: 10.1111 / 1541-4337.12181

Pediatrics. 2005 Mar;115(3):736-43. Calcium, dairy products, and bone health in children and young adults: a reevaluation of the evidence. Lanou AJ1, Berkow SE, Barnard ND.

Peck P.Two or more glasses of milk may raise ovarian câncer skills, still doctors aren’t advising that women stop drinking it WebMD Medical News, May 5, 2000

Feskanich D1, Willett WC, Stampfer MJ, Colditz GA. Milk, dietary calcium, and bone fractures in women: a 12-year prospective study. Am J Public Health. 1997 Jun;87(6):992-7.

Woolridge MW, Fisher C 1988 Colic, “overfeeding” and symptoms of lactose malabsorption in the breast-fed baby: a possible artifact of feed management. Lancet 2:382

Ayub M, Ahmed Q, Abbas M, Qasi IM, Hattak IA. 2007. Composition and adulteration analysis of milk samples. Sarhad J Agric 23(4):1127–30

BBC NEWS. 22nd April 2004. China ‘fake milk’ scandal deepens. Available from: http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/asia-pacific/3648583.stm. Accessed November 11, 2016.

 

 

WhatsApp chat