Em 2017, o estudo “PURE”, publicado no The Lancet, acompanhou 135.335 indivíduos em 18 países com idades entre 35 e 70 anos por 7,4 anos e concluiu “A ingestão elevada de carboidratos foi associada a um maior risco de mortalidade total, enquanto que a gordura total e os tipos individuais de gordura estavam relacionados a menor mortalidade total. A gordura total e os tipos de gordura não foram associados a doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio ou mortalidade por doenças cardiovasculares, enquanto a gordura saturada teve associação inversa com AVC. As orientações dietéticas globais devem ser reconsideradas à luz desses achados”. Cinco anos depois e ainda tem gente que continua se enganando com estudos rasos e ultrapassados que culpam a gordura saturada pelos problemas de saúde – e pior, usam disso para incentivar o consumo de margarina e óleo vegetais, esses, sim, prejudiciais.
Já óleos insaturados – como os vegetais – a canola (Canadian Oil Low Acid), de girassol, de soja e outros; além de serem submetidos aos processos químicos e ingredientes decorrentes de sua produção, quando submetidos a altas temperaturas sofrem oxidação e se transformam em gorduras trans.
Além disso, a preocupação não deveria ser com a gordura natural dos alimentos (a natureza não faz gordura ruim, a indústria alimentícia sim!), mas sim com o açúcar. Isso mesmo. Em 2016, um grande estudo publicado no prestigiado JAMA observou que cinco décadas de pesquisas sobre o papel da nutrição e doenças cardíacas, incluindo muitas das recomendações dietéticas de hoje, pode ter sido em grande parte moldada pela indústria do açúcar, que vilanizou a gordura, enquanto o açúcar era inserido cada vez mais em nossa alimentação.
Compreenda: não são as gorduras saturadas que vão te dar um ataque cardíaco. O sedentarismo, o excesso de carboidrato refinado, o açúcar e os alimentos ultraprocessados, sim! Leia mais em #drbarakatgodurasaturada e veja os destaques sobre óleos vegetais, onde falo mais sobre essa “máfia” da indústria alimentícia!
Refs: DOI: 10.1001/jamainternmed.2016.5394; 10.1016/S0140-6736(18)30799-2