Rótulos: precisamos nos importar com o que eles nos dizem
3 de novembro de 2016
O perigo que mora nas plantações do País
7 de novembro de 2016

Leite: entenda a relação com as autoimunes

Leia mais.

O leite pode ser um alimento tão inflamatório quanto o glúten. Sendo assim, pode ativar o gatilho de algumas doenças, inclusive autoimunes.

Aproximadamente 70% de adultos têm algum sintoma de intolerância após consumir leite de vaca ou derivados. A intensidade dos sinais depende da quantidade do alimento ingerido e de quanta lactose cada pessoa é capaz de suportar, ou seja, elas podem aparecer logo após a ingestão do leite ou depois de horas, até dias. Os sintomas típicos ficam entre dores abdominais, sensação de inchaço no corpo, flatulência, diarreia e vômitos. O organismo rejeita o alimento porque simplesmente não consegue sintetizá-lo!

Mas atenção! Alguns sintomas podem não estar relacionados à intolerância a lactose. Alergia à caseína, síndrome do intestino irritável, doença celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa, alergias alimentares diversas e endometriose estão entre às disfunções que apresentam um quadro de sintomas similar ao da intolerância à lactose.

Portanto, aqui vão duas valiosas dicas: se você suspeita de intolerância ao leite, deixe de consumi-lo por uma semana, bem como seus derivados. Se os desconfortos desaparecerem, o motivo foi descoberto! Retire o leite por 15 dias e faça você mesmo o teste! Não se faz necessário comentários do tipo “mas é só para intolerantes” e etc. Você detém o conhecimento do seu corpo, e portanto, pode entender melhor do que ninguém os seus sinais! Importante esclarecer que a intolerância ou sensibilidade ao leite traz desconfortos, enquanto a alergia se dá por uma proteína presente no leite, que gera reações mais rápidas e se trata de algo grave.

De repente, você descobre que tem sim traços intolerantes ou que há alergia, e DEPOIS do teste – ou neste meio tempo, até é melhor – faça uma consulta com o seu médico, seu nutricionista e apresente estas melhoras! Converse com ele, Como falei na semana retrasada, se há matérias que abordam os malefícios da lactose, é mais do que recomendável que façamos essa reflexão do que consumimos.

Como tirar o leite e derivados da dieta, quando temos caso de intolerância?

Para começar, quando falamos em consumo de leite, de qual leite estamos exatamente falando?! Vamos olhar para a história, ela nos conta que nossas bisavós, tataravós (depende de sua idade) tomavam leite de vaca porque muitas tinham o animal no quintal ou obtinham a bebida por meio desta fonte. Era um leite “de verdade”. Diante desta herança de nossos antepassados, muitos perguntam se é possível optar pelo leite de vaca. Depende de como este animal é cuidado. Os anos se passaram e, infelizmente, o leite está muito longe de ser saudável. As vacas leiteiras recebem diariamente hormônios de crescimento e de simulação de gravidez para aumentar a produção de leite, bem como antibióticos para diminuir infecções provocadas pelos mais variados mecanismos e químicos a que estão expostas. Nada pior do que contaminar o próprio leite com esses materiais!

A indústria oferece vários tipos de leite. Atentemos a um deles: o lac-free. Quero dizer que não existe leite totalmente sem lactose! O que existe é algum tipo de leite semidesnatado, em que ocorre a adição de enzima lactase que, por algumas manobras burocráticas conseguiu o rótulo de lac-free.

Hoje muitas são as opções para escolhermos para beber. Se você decide consumir o leite, seja assumindo que é porque de alguma forma “gosta”, não porque precisa, ou é bom para sua saúde! Sem mimimi, é hora de dar um chega pra lá na “bebida mugida”

”Ué, mas ele não é essencial?” Bom, vou explicar: o corpo humano é incapaz de absorver o cálcio do leite da vaca, pois ele também eleva o ácido do Ph. Isso implica na proteção do próprio corpo, que usa o cálcio que já temos para combater o ácido altíssimo do leite. Ou seja, perdemos cálcio e não o ganhamos! Ao contrário do que a maioria pensa, o leite causa mais prejuízo do que benefício à saúde. Podemos exemplificar com os problemas respiratórios (rinite, bronquite, asma e sinusite) que são comumente associados ao consumo desses alimentos. Prisão de ventre, gastrite, amidalite, cansaço, dores de cabeça, enxaqueca, dermatites e acne também são sintomas frequentes! Esse alimento contém proteínas muito alergênicas, que são difíceis de serem digeridas e que provocam uma alergia denominada tardia, devido ao aparecimento dos sintomas após 3 dias à ingestão do leite e/ou derivados. Essa reação alérgica causa uma inflamação no nosso organismo e sabe o que isso provoca? Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e outras que têm caráter inflamatório. Ou seja, quanto mais você ingere o leite e derivados, mais as chances de contrair um desses males aumentam! Foi provado que o leite pode aumentar as perdas de cálcio nos ossos e que o corpo humano é incapaz de absorver o cálcio do leite da vaca. O leite maximiza a acidez do Ph do corpo humano, que por sua vez desencadeia uma correção biológica natural. Resultado: já que o maior armazém de cálcio do corpo é o esqueleto, adivinha quem supre as carências de cálcio geradas pelo consumo de leite? Sim, o cálcio de nossos ossos! Uma vez expelido dos ossos para equilibrar o pH, o cálcio é expulso pela urina, causando um efeito surpreendentemente contrário ao que é vendido pelas indústrias leiteiras!

Outro fato: surpreendentemente o leite está longe de ser “a” fonte de cálcio, pelo contrário, o corpo humano é incapaz de absorver este nutriente do leite da vaca e também ficou provado que o leite pode aumentar as perdas de cálcio nos ossos.

Vários estudos epidemiológicos têm associado o consumo de leite bovino à diabetes tipo 1 (DT1) em especial quando a exposição a este alimento se dá nos primeiros meses de vida. A evidência parece ser consistente, uma vez que várias revisões da literatura confirmaram esta relação (em especial quando a exposição é precoce e quando os indivíduos apresentam os haplotipos HLA susceptíveis). Foram propostos alguns mecanismos para explicar esta associação, como é o caso da proteína presente no soro de leite bovino, mas não existente no soro de leite humano, que pode ter uma adaptação molecular com a proteína humana glicodelina, pois o consumo precoce de leite bovino (numa altura da vida em que a permeabilidade intestinal está aumentada) poderia resultar na produção de anticorpos contra esta proteína humana, que é responsável pela modulação dos linfócitos T e como tal, em crianças geneticamente predispostas, levar à autoimunidade. Isso também ocorre quando se fala de uma proteína presente no soro de leite bovino (ASB), que também se adapta molecularmente entre sequências desta e de aminoácidos de proteínas próprias. Em um trabalho de 1998, verificou-se que 100% dos pacientes, recentemente diagnosticados com DT1, apresentavam anticorpos contra ASB, onde a maioria estava direcionada para um determinado péptido da ASB. Para a pesquisa, ficou sobre observação um grupo de crianças com predisposição genética para desenvolver DT1 e verificaram existir na infância uma maior resposta imunitária humoral para várias proteínas existentes no leite bovino (e presentes nas fórmulas infantis lácteas, incluindo a ASB) no subgrupo que mais tarde veio a desenvolver a doença.

Leite e alergia alimentar

Além da intolerância ao leite, que é considerada uma doença e, portanto, a pessoa entende que a lactose é um mal a ser evitado, existe também a alergia alimentar. Esta que é muito presente quando falamos no consumo do leite de vaca! Para explicar melhor, a alergia alimentar ocorre quando o organismo “dispara” uma reação defensiva ao entrar em contato com determinado alimento. A substância alergênica é, no geral, uma ou mais proteínas presentes no produto. O leite, por exemplo, é dono de mais de 20 diferentes tipos de proteínas, sendo as duas maiores vilãs a caseína e a “alfalacto albumina”! A alergia se manifesta imediatamente, logo após a ingestão desse alimento.

Podemos exemplificar com os problemas respiratórios (rinite, bronquite, asma e sinusite) que são comumente associados ao consumo desses alimentos. Prisão de ventre, gastrite, amidalite, cansaço, dores de cabeça, enxaqueca, dermatites e acne também são sintomas frequentes! Esse alimento contém proteínas muito alergênicas, que são difíceis de serem digeridas e que provocam uma alergia denominada tardia, devido ao aparecimento dos sintomas após 3 dias à ingestão do leite e/ou derivados. Essa reação alérgica causa uma inflamação no nosso organismo e sabe o que isso provoca? Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e outras que têm caráter inflamatório. Ou seja, quanto mais você ingere o leite e derivados, mais as chances de contrair um desses males aumentam!

Alergia a proteína do leite e intolerância à lactose em crianças

Atualmente, cerca de 8% das crianças até três anos de idade possuem intolerância à lactose e é fato que o número de crianças com alergia está aumentando. Um estudo do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos mostrou que nos últimos dez anos, a alergia alimentar aumentou em 18% o número de crianças com algum tipo de alergia a alimentos. Os dados mostram ainda que, quatro em cada 100 crianças apresentam reação alérgica.

Mesmo assim, há falta de informação relacionada à intolerância e alergia à lactose, se tornando um problema apenas quando os sintomas se agravam bastante. Quando a criança é muito nova e já consome leite de vaca, algumas reações podem aparecer, e nesse caso é necessário checar com o médico e parar o consumo.

References

Michaëlsson Karl, Wolk Alicja, Langenskiöld Sophie, Basu Samar, Warensjö Lemming Eva, Melhus Håkan et al. Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies BMJ 2014; 349 :g6015

Ornish, Dean M et al. Dietary trial in prostate cancer: Early experience and implications for clinical trial design. Urology , Volume 57 , Issue 4 , 200 – 201

Feskanich D, Willett WC, Colditz GA. Calcium, vitamin D, milk consumption, and hip fractures: a prospective study among postmenopausal women. Am J Clin Nutr February 2003 vol. 77 no. 2 504-511.

Handford, CE, Campbell, K. e Elliott, CT (2016), Impactos da Fraude Láctea na Segurança Alimentar e Nutrição com ênfase especial nos países em desenvolvimento. REVISÕES INTEGRADAS NA CIÊNCIA DOS ALIMENTOS E NA SEGURANÇA ALIMENTAR, 15: 130-142. Doi: 10.1111 / 1541-4337.12181

Pediatrics. 2005 Mar;115(3):736-43. Calcium, dairy products, and bone health in children and young adults: a reevaluation of the evidence. Lanou AJ1, Berkow SE, Barnard ND.

Peck P.Two or more glasses of milk may raise ovarian câncer skills, still doctors aren’t advising that women stop drinking it WebMD Medical News, May 5, 2000

Feskanich D1, Willett WC, Stampfer MJ, Colditz GA. Milk, dietary calcium, and bone fractures in women: a 12-year prospective study. Am J Public Health. 1997 Jun;87(6):992-7.

Woolridge MW, Fisher C 1988 Colic, “overfeeding” and symptoms of lactose malabsorption in the breast-fed baby: a possible artifact of feed management. Lancet 2:382

Ayub M, Ahmed Q, Abbas M, Qasi IM, Hattak IA. 2007. Composition and adulteration analysis of milk samples. Sarhad J Agric 23(4):1127–30

BBC NEWS. 22nd April 2004. China ‘fake milk’ scandal deepens. Available from: http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/asia-pacific/3648583.stm. Accessed November 11, 2016.

plugins premium WordPress