Luxúria: quando o prazer vira vício

Dando continuidade à série sobre os “sete pecados capitais”, hoje vou compartilhar com vocês o impacto da luxúria em nossas vidas. Muita gente confunde o significado da palavra com luxo e riqueza. Na verdade, luxúria é uma emoção de intenso desejo sexual que pode prejudicar a vida pessoal e profissional de quem a sente.

O sexo ainda é um tabu em muitas culturas. Enquanto algumas civilizações consideram o sexo sagrado, outras cultuam a liberdade sexual. Garanto pra vocês que gostar muito de sexo é normal. Eu, por exemplo, gosto bastante. Inclusive, vários estudos apontam diversos benefícios do sexo para a saúde.

Pesquisadores da Universidade de Wilkes, na Pensilvânia, Estados Unidos, descobriram que praticar sexo uma ou duas vezes por semana eleva a imunidade. Outro estudo, da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, mostrou que uma boa vida sexual pode reduzir o risco de infartos fatais e derrames. Eu poderia passar o dia listando para vocês todas as pesquisas que comprovam os benefícios de uma vida sexual ativa, mas deixo essa pesquisa com vocês, estrelinhas.

O problema acontece quando o prazer se transforma em vício e prejudica a vida pessoal e profissional do indivíduo. A busca pelo prazer está no cerne do homem, mas a procura incessante por esse estímulo pode se transformar em uma compulsão. O Desejo Sexual Hiperativo (DSH), também conhecido como Hipersexualidade, é caracterizado por um desejo obsessivo e incontrolável por sexo que precisa ser saciado em qualquer lugar com qualquer pessoa. Em mulheres, o DSH também é conhecido como ninfomania e, entre os homens, como satiríase.

Alguns pesquisadores atribuem a causa do distúrbio a alterações no equilíbrio de neurotransmissores relacionados à atividade sexual. Indivíduos com lesões nos lobos cerebrais temporais, por exemplo, podem desenvolver hipersexualidade. Essas alterações caracterizam a síndrome de Kluver-Bucy. Outros especialistas relacionam a compulsão sexual a um problema de vício em álcool e drogas, como a cocaína.

A compulsão sexual pode ser considerada uma patologia quando provoca sofrimento emocional para a pessoa e/ou quando o indivíduo machuca a si mesmo e ao outro. As pessoas que se encontram nessa condição não conseguem controlar seus impulsos sexuais e tornam-se escravas do próprio desejo.

Considerado um transtorno psiquiátrico, o distúrbio pode estar relacionado à ansiedade e outros transtornos obsessivos compulsivos. Porém, como está ligado ao prazer, pode parecer algo inofensivo aparentemente e, por isso, ser diagnosticado tardiamente, quando já provocou problemas pessoais e profissionais para o indivíduo que sofre com o problema.

A prática do sexo sem preservativo e a alta rotatividade de parceiros pode levar à transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), comprometendo tanto a saúde mental quanto física da pessoa com o transtorno. Como qualquer outro distúrbio psiquiátrico, a compulsão sexual precisa ser analisada, diagnosticada e tratada por um especialista.

Referências:

http://www.personare.com.br/viciados-em-sexo-do-prazer-a-obsessao-m2379

http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2014/02/voce_ag/vida/1478248-saiba-20-beneficios-que-o-sexo-oferece-para-a-saude.html

http://www.bbc.com/portuguese/ciencia/020117_sexo1cb.shtml