Há pessoas que chegam a engordar para, então, realizar a cirurgia bariátrica. Fico tão irritado com esse tipo de conduta que vocês podem até ver meu desconforto nesse vídeo.
Eu já fui obeso, sei o que é tentar emagrecer e não conseguir. Querer vestir uma roupa e desistir. Eu poderia ter me contentado com essa realidade, mas resolvi mudar. Assim como muitos que me acompanham!
Como médico, estou aqui para dizer algo que pode chocar muitos: a cirurgia bariátrica NÃO deve ser a primeira opção para a obesidade. Pelo contrário, deve ser o último recurso. Por quê? Porque a verdadeira chave para uma vida saudável e sustentável está na mudança de comportamento e na relação com a comida. É o que chamo de ressignificação alimentar!
A cirurgia bariátrica não deveria ser feita em pacientes sem que tenham tratado a cabeça, que têm algum comportamento de ansiedade e compulsão. Pois a cirurgia vai levar a algum emagrecimento, obviamente, mas a cabeça do paciente não foi tratada e ele agora não consegue mais comer porque o estômago foi diminuído, sente desconforto, então encontra no álcool, no tabaco e no açúcar recompensas e maneiras de continuar tendo o seu comportamento compulsivo que não foi tratado. Só foi operado, foi amarrado, foi costurado o estômago e o intestino, mas não foi tratada a causa que levou a obesidade.
Entenda, a obesidade não é apenas uma questão de peso. É um problema complexo que envolve aspectos físicos, emocionais e comportamentais. Sim, a cirurgia pode resultar em uma perda de peso rápida, mas e depois? E se o paciente não aprendeu a lidar com as emoções, os gatilhos alimentares e os hábitos prejudiciais que o levaram à obesidade em primeiro lugar?
É por isso que defendo uma abordagem holística para o tratamento da obesidade, focada na mudança de estilo de vida, na educação nutricional, no suporte emocional e no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento saudáveis. Afinal, não se trata apenas de perder peso, mas de aprender a viver de forma saudável e equilibrada a longo prazo. 🌟