Nas últimas décadas, a sociedade passou a se alimentar de alimentos ultraprocessados numa quantidade e frequência cada vez maior. Com isso, vimos aumentar os casos de diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Um outro problema de saúde que está muito relacionado à esse hábito alimentar tão nocivo e que também virou uma espécie de “epidemia” é a esteatose hepática não-alcoólica, a tal “gordura no fígado”.
A condição, que costumava ser mais associada ao consumo exagerado de álcool, nos últimos tempos está mais relacionada ao exagero na ingesta de amidos, refinados, sucos e refrigerantes, bem como ao consumo excessivo de frutose, o tal “açúcar invertido” do xarope de milho usado pela indústria para adoçar produtos, por ser mais doce e barato que a sacarose.
Um novo estudo, publicado em novembro deste ano, mostrou os mecanismos pelo qual isso ocorre ao concluir que a ingestão excessiva de frutose pode diminuir a oxidação da gordura dos alimentos no fígado, contribuindo para o desenvolvimento de complicações metabólicas como a esteatose hepática.
Apesar de ser assintomática no início, em grau avançado, a doença pode prejudicar o fígado, aumentando as chances de cirrose e insuficiência do órgão. Pessoas que consomem as bebidas ricas em frutose, produtos industrializados, com uma dieta rica em carboidratos, mantendo um pico insulínico/resistência insulínica e uma pré-disposição à síndrome metabólica, associado a doenças cardíacas e diabetes, estão sujeitas a desenvolver a esteatose hepática. Tudo isso associado ao sedentarismo torna-se um contexto preocupante!
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Assim, a cura/tratamento se dá com a diminuição da ingesta de carboidratos simples, ou seja, praticando low carb! Ah, e sobre o consumo de frutas, se comemos de forma integral, com as fibras, elas retardarão a absorção da frutose no intestino e ainda teremos uma maior sensação de saciedade, assim, naturalmente, vamos comer com moderação. Ou seja, a frutose presente nas frutas e vegetais não causará esteatose hepática, se a ingesta for feita em sua forma natural 😉
Ref: doi.org/10.1016/j.jnutbio.2022.109224