Boa parte dos alimentos ultraprocessados levam glúten: pães, bolachas, bolos, macarrão, pizza, cerveja…e ele ainda pode estar presente em embutidos, conservas e até produtos congelados, como almôndegas, batata frita e hambúrgueres. Isso porque ele é muito utilizado para dar “liga” aos alimentos. Ou seja, se você ainda não ressignificou a sua alimentação, consome glúten em todas as refeições. E qual é o problema nisso?
Bem, nosso intestino possui uma barreira chamada proteínas de junções apertadas (tight junctions) que servem para fechar os espaços entre as células intestinais (garantindo que nosso intestino seja impermeável, deixando apenas que pequenas moléculas transpassem para a corrente sanguínea (os nutrientes que ingerimos).
Ocorre que o glúten possui uma proteína chamada gliadina que, quando em excesso, pode prejudicar a saúde intestinal. Isso porque a giladina estimula a liberação de zonulina, uma substância que oferece proteção para o organismo em casos como – se por exemplo, você ingerir comida contaminada com salmonela. A zonulina irá reconhecer a bactéria infiltrada no organismo e desencadeará uma diarreia para se livrar dos inimigos. Quando eles se vão, os níveis de zonulina caem e as junções se fecham novamente.
Porém, o glúten pode desencadear a liberação de zonulina elevada e fazer com que ela propicie uma “abertura” na barreira intestinal (aumentando a permeabilidade intestinal), ocasionando vazamento – no caso a síndrome Leaky Gut. E devido a essa permeabilidade, acionamos nosso sistema imune, de forma exacerbada, que acaba por atacar o próprio organismo (doenças autoimunes!)
.Por isso, também, pessoas que sofrem com gases, diarreias, constipação, estufamento, enfim, problemas intestinais (como Chron, retocolite e SII) se beneficiam tanto com a redução ou eliminação do consumo de glúten.
Se você sofre com algum desses problemas, faça o teste, retirando esse componente da dieta e ressignificando sua alimentação. Depois me conta o que mudou!