Em junho de 2021, um estudo publicado no BMJ mostrou como a “Big Food” (empresas da indústria alimentícia do mundo, que, como você deve imaginar, são majoritariamente compostas por indústrias de alimentos ultraprocessados) faz lobby para interferir em políticas públicas.
Neste ano, um dossiê realizado pelo Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e pela ACT Promoção da Saúde foi mais a fundo mostrando que “Não bastasse essa atuação voltada para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os fabricantes de bebidas e seus aliados continuaram a estimular o consumo de seus produtos por meio de publicidade massiva e com apelo a pautas sociais, além de financiamento de estudos, pesquisadores e eventos científicos na tentativa de dissociar esses produtos dos malefícios que eles causam à saúde e ao planeta”.
O que podemos tirar disso? Que precisamos não apenas escolher bem os políticos, como fiscalizar. Participar de consultas públicas que ajudem na regulação desses produtos (como a tributação, rotulagem nutricional e publicidade infantil) e principalmente: começarmos a mudança não comprando esse tipo de produto.
Ressignificar a sua alimentação é a sua maior arma contra essa matrix que tenta controlar, inclusive, a nossa alimentação (porém, sem se preocupar de fato com ela, apenas com os lucros!).
Não é segredo para ninguém que os alimentos ultraprocessados NÃO são comida de verdade e que devem, sim, ser evitados. Informar a população sobre isso não tira autonomia. Se a pessoa, mesmo ciente de todos os riscos, ainda assim preferir se alimentar 100% com miojo e salgadinhos, paciência…Ela provavelmente terá que arcar com as consequências na saúde depois. Agora, é nosso papel alertar sobre o risco. Concordam?!
Refs:
www.naoengulaessa.org.br/
Lauber K, Rutter H, Gilmore ABBig food and the World Health Organization: a qualitative study of industry attempts to influence global-level non-communicable disease policyBMJ Global Health 2021;6:e005216.