INTRODUÇÃO
Conhece ou já ouviu falar de alguém que sofre de alguma doença autoimune? Para quem não sabe, uma doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por erro. Sim, exatamente o que você leu! Esse erro ocorre porque os leucócitos, produzidos na medula óssea e encontrados no sangue, que normalmente deveriam ajudar a proteger o corpo contra substâncias invasoras e nocivas (os antígenos), não os distinguem dos tecidos saudáveis do corpo e acabam desta forma, destruindo células normais do organismo. Acontece que este “errinho básico” que o nosso corpo tem, pode nos causar doenças que normalmente não possuem “cura definitiva”, mas necessita de tratamento para reduzir sintomas, controlar o processo autoimune e retomam o funcionamento normal do sistema imunológico, mantendo a capacidade natural do corpo de combater os antígenos.
A maioria das doenças autoimunes é crônica, mas algumas podem ser controladas com tratamentos, como falaremos. Por enquanto, é necessário se atentar ao fato de que essas doenças podem causar complicações graves, como a destruição de um ou mais tipos de tecidos do corpo, o crescimento anormal de um órgão e até alterações nas funções destes órgãos.
Dentre as partes mais afetadas, estão os vasos sanguíneos, tecidos conjuntivos, glândulas endócrinas, articulações, músculos, glóbulos vermelhos e a pele. Um dos sinais clássicos de uma doença autoimune é a inflamação, que pode gerar vermelhidão, calor, dor e inchaço. Os sintomas afetam partes do corpo de acordo com o “alvo” de cada doença. Por exemplo, a artrite reumatoide pode gerar dor nas articulações, rigidez e perda de função. Se for uma tireoidite, pode provocar cansaço, aumento de peso e dores musculares. Se ataca a pele, como na esclerose sistémica, vitiligo e lúpus eritematoso sistêmico, normalmente desencadeia erupções cutâneas, bolhas e alterações de cor. Mas algumas delas não se restringem a uma única parte do corpo. O lúpus, por exemplo, pode atingir nervos, articulações, pele, rins, vasos sanguíneos, coração. Já no caso do diabetes tipo 1, partes afetadas podem ser os olhos, rins, glândulas, músculos.
Da mesma forma que a boa dieta favorece nossas defesas no combater aos agentes agressores, alguns alimentos considerados alergênicos e agravam os sintomas de doenças. Nesses casos, é fundamental retirá-los, como é o caso do leite e seus derivados (iogurte, queijo, coalhada), soja, trigo, centeio, laranja, limão, amendoim. Nisso, a nutrição funcional entra como método não de tratamento, mas de diminuição dos sintomas.
Quando introduzimos este tema é preciso compreender que, embora haja uma diversidade de tipos, que merecem ser estudados individualmente, há uma similaridade entre algumas delas: as inflamações no trato intestinal. Este é o caso do lúpus, crohn, doença celíaca – para citar alguns nomes que veremos por aqui.
Sei que muitos estão ansiosos, aguardando que seja feita uma análise de casos específicos. Eu compreendo. Mas, para esta imersão “tipo a tipo” com detalhes, é preciso haver um acompanhamento aproximado de um médico, afinal somos únicos.
O que apresentaremos aqui é um esclarecimento sobre as autoimunes que agregue conhecimento. Sobretudo, vamos compreender de que forma o comportamento e hábitos alimentares podem atuar como ferramenta de prevenção, contribuindo tanto para evitar o desenvolvimento destas doenças, quanto no tratamento e melhora da qualidade de vida.
Entenderemos porque manter o intestino saudável (um órgão estratégico para algumas das autoimunes) é importante para o equilíbrio e proteção do sistema imunológico.
Entre os fatores de risco podemos considerar a genética, aspectos externos, como exposição a algum tipo de antígeno e, para se defender, o sistema imune decodifica de forma equivocada a presença de uma célula pertencente ao ambiente normal do organismo como um “inimigo”; e estresse.
Lembram quando falamos sobre o estilo de vida do homem paleolítico? Pois bem, aprendemos que nossos genes são moldados por nosso comportamento. O que quero dizer com isso? Fomos “programados geneticamente” para a prática de atividades físicas, exposição ao sol (vitamina D), bem como para o consumo de alimentos como raízes, tubérculos, animais e frutos do mar por ex. e não processados como açúcar, farinha refinada e etc.
Acompanhe a série sobre Autoimunes – Leia também
Alimentação e autoimunes
Doença Celíaca
Lúpus
Doença de Chron
Tireoidite de Hashimoto
Diabetes Tipo 1
Série Autoimunes: Conclusão