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Colesterol: Lado A x Lado B

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colesterol lado a lado bJá passou na hora de se desmistificar a relação do colesterol com a gordura saturada. Precisamos nos despir dos pré-conceitos estabelecidos pela indústria alimentícia por décadas a fio, e entender o real funcionamento do nosso organismo. Nosso código genético foi determinado pelo estilo de vida da era paleolítica quando o ser humano era habituado a comer o que havia na natureza, inclusive as gorduras saturadas.

Nosso organismo está geneticamente preparado para sintetizar esses alimentos, não para processar carboidrato e açúcar. E tudo o que a indústria alimentícia tem despejado sobre nós, há pelo menos seis décadas, predominantemente são os industrializados. Lembrem que eu mencionei na terça-feira (13/09/16) sobre a matéria bombástica a respeito da indústria do açúcar, que gastou milhões para divulgar massivamente que os açúcares não prejudicariam a saúde e que a gordura saturada, ou seja, de origem animal, seria a grande vilã. Mas, finalmente essa farsa caiu! Leia a íntegra do artigo do NYT: http://nyti.ms/2c8sTci.

Uma escritora, já nos idos 1870, chamada Ellen White, descreveu exatamente os malefícios do açúcar em “Conselhos sobre o Regime Alimentar”. Ela é citada no “Livro Negro do Açúcar – algumas verdades sobre a indústria da doença” – de autoria de Fernando Carvalho – que inclusive foi mencionado num dos comentários de estrelinhas em minhas postagens, brilhantemente, diga-se! O autor equipara o açúcar a uma “pólvora branca”. “O livro negro” foi escrito praticamente um século depois de Ellen White, o que nos remete ao revelador caso do estudo dos pesquisadores que citei acima, publicado no periódico JAMA Internal Medicine (leia no post: “A verdade sobre o açúcar: o que a Indústria escondeu até hoje é revelado em pesquisa – de 13.09.16”)

Exatamente como fruto dessa armação citada acima, da MATRIX, no intuito de desviar o foco, a partir da década de 1950, a mensagem era que a diminuição do consumo de gordura poderia prevenir as doenças do coração, como forma de mudar o foco do açúcar, para a gordura saturada e colesterol. A partir de então, a ingestão de gordura de origem animal diminuiu drasticamente e quase todo mundo até hoje a corta totalmente da alimentação.

Mesmo com toda essa mudança, não houve redução nas doenças cardiovasculares. Pelo contrário, os números das doenças cardiovasculares vêm aumentando ao longo dos anos. Hoje este é a causa número um de mortes no mundo. Os especialistas, em congressos, cursos educacionais e científicas, repetem como um “mantra” aquilo que receberam como verdade. É compreensível, afinal, quando uma informação é insistentemente replicada ela se torna uma “verdade” quase que “inquestionável”.

Entenda o Lado A / Lado B 

Vamos lá: quer compreender o porquê esta questão é passível de gerar esta perspectiva de distorção quanto ao que é bom ou o que é ruim?! O nome para isso é “Lipoproteína de Baixa Densidade”, o “LDL”. Primeiro: Não existe apenas um tipo de LDL, e sim dois! Tipo A e Tipo B. O chamado tipo A, ou “grande e flutuante“ – é tão leve que flutua – é levado pela corrente sanguínea e, por ser tão “flutuante”, não tem possibilidade de se infiltrar entre as células endoteliais dos vasos sanguíneos para sequer iniciar o processo de formação de placa ateromatosa. Já o LDL tipo B é denso, não flutua e é pequeno o suficiente para se infiltrar sob a superfície das células endoteliais e iniciar a formação de placa ateromatosa. Mas afinal, quem destes é o verdadeiro vilão?! Podemos considerar “ruim” de fato o LDL tipo B.

Então, se temos definido quem é quem, porque o colesterol sempre foi tarjado com o rótulo “risco à saúde”?! Simples. O que aparece nos exames de sangue de rotina como colesterol medido é o resultado de uma combinação entre o padrão A e o B. Para decifrar qual é a produção de cada tipo de LDL, olhe o seu triglicérides e o HDL colesterol (conhecido como o bom). Veja um modo simples de saber se você tem muito LDL colesterol:

  • Se o seu triglicérides é baixo e o seu HDL é alto, então seu LDL é do tipo bom.
  • Se o seu triglicérides é alto e o seu HDL é baixo, então seu LDL é ruim.

A relação triglicérides/HDL é de longe o melhor preditor de doença cardiovascular, do que a relação mais analisada como colesterol/HDL. Esta relação triglicérides/HDL deve ser abaixo de 1,7 – valores superiores significa um risco aumentado. Agora, é importante que você saiba que a gordura da alimentação aumenta o seu bom LDL colesterol, enquanto o açúcar da alimentação aumenta o LDL ruim – que está relacionado a doença cardiovascular.

Quero abrir aqui um parênteses e esclarecer o que são os triglicérides: é considerada a forma mais comum de consumo de gordura do organismo, podendo ser adquirida via alimentação ou pelo próprio organismo. Normalmente circulam na corrente sanguínea e fornecem energia às células, que são armazenadas na gordura corporal como uma reserva.  Quando em excesso no corpo, os triglicérides com seu mecanismo mencionado eles se alojam em locais como quadris e fígado. É uma condição chamada de “hipertrigliceridemia” que ocasiona, entre outras coisas, obesidade, esteatose hepática (gordura no fígado) e as DOENÇAS CARDIOVASCULARES.

Este aumento de triglicérides no organismo decorre de consumo de substâncias como álcool, ou com excesso de frutose – um tipo de açúcar que seu cérebro usa, mas seus músculos não. Dai este acumulo mencionado anteriormente. Também podem Frutose transformada em triglicérides aumenta colesterol ruim.

Durante muito tempo na guerra contra a obesidade, o colesterol foi erroneamente julgado e as gorduras de origem animal taxadas de vilãs. Quando, na verdade, as doenças cardíacas e obesidade são fruto do consumo da farinha refinada, açúcares e alimentos processados. Para se ter ideia, na década de 1970, descobriu-se que a ingestão de gordura aumentava o colesterol LDL, classificado como “colesterol ruim”. Já na década de 1980, descobriu-se que quanto maior o LDL, maior risco cardíaco.

Agora é importante que você saiba que incluir com moderação a gordura saturada na alimentação aumenta o seu colesterol LDL-A, que é bom, enquanto o açúcar da alimentação aumenta o seu LDL-B, que é ruim, que está correlacionado com os riscos cardiovasculares.

Então, nas últimas décadas, esse bombardeio de alimentos processados, inclusive com rótulo de “diet”, “light” e “low-fat”, nada mais é do que um grande embuste com fins comerciais, para enganar a população e fazê-la massa de manobra visando lucro. Não caia nessa! Agora você sabe qual é a verdade, que eu já tenho propagado há muito tempo. Alimento saudável de verdade não está empacotado assepticamente nas gôndolas dos supermercados, e sim nas granjas, nas quitandas, nos hortifrútis, nos açougues.

Quem tiver interesse, também pode ver outro artigo, do British Medical Journal, em que as gorduras saturadas são “absolvidas” do banco dos réus da saúde: (http://ow.ly/O4BAy).

Referências:

American Heart Association January 23, 2008

The Journal of Clinical Investigation December 2007

Journal of the American College of  Cardiology July 31, 2007; 50:409-418

Annals of Internal Medicine October 3, 2006; 145 (7): 520-530

 

 

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