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Avareza: compreenda porque dar é melhor do que receber

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VI_AvarezaQuantos de vocês conhecem a história de “Ebenezer Scrooge”, personagem principal de “Um conto de Natal”, filme de autoria de Charles Dickens, que data de 1843. Sei que estamos a quatro meses do Natal e, também, embora tenha sido escrito há quase dois séculos, o velho “Scrooge”, permanece uma figura atual e símbolo da avareza – um dos “7 pecados capitais” que significa o apego excessivo ao dinheiro e ao acúmulo de riqueza.

Resumidamente, para aqueles que nunca ouviram falar, explico: o sr. Ebenezer Scrooge é um homem que passou a vida com ódio em seu coração, focado em ganhar dinheiro e sem amigos ou família. Numa noite de véspera de natal, ele recebe a visita do espírito do seu ex-sócio, Jacob Marley, que o conduz a uma viagem pelo passado, presente e futuro do Sr. Scrooge. Após ter visto com outros olhos como era e como estava sua vida e qual seria seu desfecho decorrente de suas atitudes, Scrooge muda de postura, e torna-se uma pessoa mais amável, altruísta, e aprende a ter compaixão do próximo e praticar a resiliência.

Mas, o que tem a ver a avareza com a qualidade de vida e saúde? Tudo! Para esclarecer o contexto, vamos olhar pelo inverso: quando nos doamos ao outro, a um objetivo ou uma causa, os efeitos na saúde são diversos.

Sabe o velho ditado “É melhor dar do que receber” – na verdade, ele pode ter uma boa base biológica. Um estudo descobriu que os centros de prazer do cérebro são ativados quando as pessoas decidiram doar parte de um de sua renda para a caridade, ao invés de mantê-lo todo para si. As conclusões podem lançar luz sobre por que algumas pessoas contribuem para o bem público, mesmo a um custo pessoal.

Pesquisadores da Universidade de Oregon utilizaram a técnica de imagem cerebral conhecida como ressonância magnética funcional (fMRI), que mostra quando regiões específicas do cérebro são ativadas. O estudo foi apoiado pelo Instituto Nacional do NIH sobre Envelhecimento (NIA) e da National Science Foundation. A pesquisa apontou que os participantes que optaram por doar uma parcela equivalente a 100 dólares, tiveram uma atividade cerebral registrada de prazer. O experimento foi científico e controlado e concluiu que a doação de dinheiro simplesmente faz você se sentir melhor.

Um artigo jornalístico publicado pela agência de notícias “Reuters” (4/09/15), reuniu estudos científicos e mostrou que as pessoas que dão dinheiro para a caridade, como forma de se doar por exemplo, tendem a ser mais felizes e mais saudáveis ​​do que outros. Esta afirmação tem como base os resultados encontrados pela pesquisadora no campo da felicidade, a professora de psicologia da Universidade da Columbia, no Canadá, Elizabeth Dunn. Segundo ela, “as pessoas que doam dinheiro para a caridade são mais felizes, seja elas de países ricos ou pobres”.

Bem como a ligação entre felicidade e altruísmo, que Elizabeth considera bastante robusta e bem estabelecida. Em uma de suas pesquisas mais recentes ela sugere doar dinheiro pode tangivelmente melhorar a saúde.

Além disso, Dunn mostrou que pessoas que doam a instituições de caridade têm pressão arterial mais baixa. Dunn mediu a pressão arterial das pessoas antes e depois da doação, e descobriu que cai quando as pessoas doaram significativamente para outras pessoas ou causas, mas não se alterou quando gastaram dinheiro com coisas para si, por exemplo.

O tema tem ganhado interesse de estudiosos que tem discutido sobre os impactos da felicidade e altruísmo, – utilizando insights psicológicos sobre o comportamento humano para levar as pessoas a tomar boas decisões.

Felicidade é, realmente, algo altamente subjetivo e as diversas culturas têm concepções muito diferentes do que significa a sensação, o que torna difícil estudar e mensurar seus efeitos – mas um número crescente de organizações tem se debruçado sobre o tema.

A ONU utiliza um Índice de Desenvolvimento Humano, que incorpora fatores como a satisfação com a vida ao lado de métricas econômicas mais convencionais, como o produto interno bruto (PIB), e publica um relatório de “Felicidade Mundial” a cada ano. http://worldhappiness.report/

Os relatórios avaliam o estado de felicidade no mundo de hoje e mostram como a nova ciência da felicidade e refletem uma nova demanda mundial por mais atenção à felicidade como um critério para a política do governo.

Lembram-se do velho Scrooge que mencionei no início deste texto?! Então, no filme, ele só retoma a alegria de viver, após compreender a importância de se doar ao próximo, de conviver em harmonia, de ajudar os outros. Que tal buscarem meios de expandir as perspectivas da corrente do bem – e começarem a ajudar o próximo com as habilidades e possibilidades que você tem?!

Referências de leitura:

Reuters http://www.reuters.com/article/us-charities-health-happiness-idUSKCN0R40L620150904

Feeling Good about Giving: The Benefits (and Costs) of Self-Interested Charitable Behavior

Is spending money on others good for your heart?

ONU – Relatório da felicidade

Imagens cerebrais relevam a alegria de doar – Estudo Universidade de Oregon

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